A reencarnação em diferentes perspectivas
A pluralidade das existências corporais constitui um dos princípios fundamentais da Doutrina Espírita. Sendo abordada nos Evangelhos de Mateus (Mt 11:12-15 e 17:10-13), Marcos (Mc 9:11-13) e João (Jo 3:1-12), é explicitada na codificação kardequiana como verdadeira Lei da Natureza, a fim de promover o aprimoramento da humanidade e com fundamento nos próprios atributos divinos da soberana bondade e justiça.1
A despeito de constar dos Evangelhos, a ideia é muito anterior a eles, podendo ser encontrada na Grécia, no Egito e na Índia, embora com características diferentes das trazidas pela Doutrina Espírita. O Espiritismo rejeita a metempsicose, ou seja, não admite a reencarnação de um espírito que animou um homem em um animal ou planta, pois um espírito não regride (Questão 612). Além disso, reconhece a preservação da individualidade após o desencarne, diferentemente de outras doutrinas que apregoam o retorno a um todo universal (Questão 15).2
Nas principais religiões cristãs, a doutrina reencarnacionista foi afastada em prol da ideia de existência única. Embora Jesus tenha se utilizado de exemplos contendo céu e inferno e a impossibilidade de transição entre esses planos, como na parábola do Rico e Lázaro (Lc 16:19-31), de modo aparentemente contraditório, nos diz que nenhuma de suas ovelhas seria deixada para trás (Lc 15:1-7). Portanto, tendo-se em conta essa passagem, admite-se duas conclusões: ou o espírito ir para o inferno eterno não se configuraria perda da ovelha ou o Cristo consideraria suas ovelhas apenas aquelas que o seguiram no breve tempo da existência física.
Tal entendimento é incoerente com o escólio contido na parábola do Bom Samaritano (Lc 10:25-37). Nessa lição, o Doutor da Lei, embora conheça a norma divina de amar ao próximo como a si mesmo, questiona quem seria o próximo, considerando possíveis exceções e desobrigando-se do amor universal, ao passo que Jesus ensina que todos merecem auxílio e que o próximo deve incluir até mesmo os desafetos – como os judeus e samaritanos da época.
A crença de céu e inferno eternos também não se coaduna com a bondade de Deus, demonstrada na parábola do Filho Pródigo (Lc 15:11-32). Ora, se mesmo os pais terrenos perdoam, como poderia o Pai eterno deixar seus filhos indefinidamente à mercê de criaturas infernais? A Doutrina Espírita demonstra que não haveria justiça em uma pena eterna para um crime transitório (Questão 222).2
Especificamente em relação à reencarnação, é inevitável citar a passagem evangélica na qual os discípulos perguntam ao Mestre sobre o retorno do profeta Elias, constante na profecia de Malaquias. Então, Jesus, de forma surpreendente, revela que ele já voltara, que não fora reconhecido e que havia padecido pelos homens. Nessa passagem, retratada por um dos presentes, os apóstolos reconheceram que João Batista era Elias reencarnado (Mt 17:12-13) e, embora a reencarnação não esteja associada de modo exato à Lei de Talião, não deixa de ser emblemático que Elias tenha mandado decapitar os sacerdotes do deus Baal, e João Batista tenha tido sua cabeça ceifada.
Mesmo nas doutrinas surgidas a partir da comunicabilidade com os espíritos, não há consenso em relação à reencarnação, conforme se extrai da soberba obra A História do Espiritualismo, de Arthur Conan Doyle.3 Seja como for, Allan Kardec, servindo-se de rigor metodológico e liberdade de pensamento, convencendo-se das realidades espirituais a partir de muitos estudos e provas, encontrou material mais que suficiente para certificar-se do fenômeno reencarnatório,2 o que foi corroborado depois por inúmeras outras obras, incluindo trabalhos acadêmicos.
A razão de reencarnarmos
Como a Doutrina Espírita afasta a ideia de castigos ou privilégios eternos, substituindo-a pela reencarnação, há que se denotar que a finalidade do renascimento corpóreo é o aprimoramento do espírito – este imortal, em processo evolutivo moral e intelectual, em busca da aproximação com o Criador, uma vez que, como ensina o mito da gênese bíblica, somos feitos à imagem e semelhança de Deus (Gn 1:27), deixando-se claro que a criatura jamais atingirá o patamar do Criador.
Muitos a veem como castigo, mas é a reencarnação uma bênção, pois permite não somente aprendermos aquilo que desconhecemos, o que, por certo, muitas vezes apenas ocorre por meio do sofrimento, como, acima de tudo, é a oportunidade sagrada de repararmos nossos erros, aplacando a culpa que há em qualquer indivíduo que, ao compreender a justiça divina, percebe os males causados por sua iniquidade e agradece ao Pai a oportunidade da reparação. Ensina-nos Joanna de Ângelis que a reencarnação é instrumento do progresso do ser espiritual. Ora ele expia, quando são graves os seus delitos, submetendo-se às aflições que constituem disciplinas educativas mediante as quais se fixam nos painéis profundos da consciência os deveres a cumprir. Noutras vezes são provações que enrijecem as fibras morais responsáveis pela ação dignificadora. Longe de ser uma punição, a dádiva do renascimento corporal é bênção do amor, auxiliando o espírito a desenvolver os recursos que lhe jazem latentes, qual terra arroteada e adubada em condições de transformar a semente diminuta no vegetal exuberante que nela dorme.4
Sendo assim, a reencarnação é uma necessidade inerente à Lei do Progresso, pois, por meio dela, os espíritos depuram-se até atingirem um patamar no qual a reencarnação não mais é necessária, permitindo que o espírito somente retorne à carne para o exercício de uma missão, já sem provas ou expiações (Questões 167, 170 e 776).2 O mais notório exemplo em nosso orbe é o Cristo, cujas aquisições espirituais, decorrentes de seus esforços imemoriais sob a mesma Lei de Reencarnação à qual estamos submetidos, já não mais exigiam estadia na humanidade terrestre, vindo o Messias em sublime sacrifício pelo nosso amadurecimento. Reforce-se que o fato de o espírito não mais reencarnar não significa o final da jornada evolutiva, já que, se o Cristo é o governador de nosso planeta, há espíritos governantes de sistemas solares, galáxias e o que mais nossa imaginação possa conceber, sendo infinita a jornada evolutiva. Assim, é certo que os espíritos que já se purificaram, ainda que tenham o que aprender, não são mais suscetíveis ao erro.5,6
A obra Missionários da Luz, de autoria de André Luiz, pela psicografia de Francisco Cândido Xavier, apresenta, de forma detalhada, o processo encarnatório de Segismundo, que retorna à vida corporal como filho de Raquel e Adelino, dois espíritos por ele vitimados em existência anterior. A despeito dos crimes pretéritos, em especial um homicídio, Segismundo é tratado pelos mentores espirituais como “velho amigo”, a quem ambos devem “significativos favores de outro tempo” e, “não obstante os rasgos de generosidade, assumiu compromissos muito sérios no passado”.7 Tal ambiguidade é comum a todos nós, por isso Paulo nos conclama a abandonar o “Homem Velho” (Ef 4:22-24). A despeito das inquestionáveis virtudes, Segismundo carrega orgulho e egoísmo a ponto de, por vezes, abafar a generosidade descrita pelos amigos espirituais. Essa virtude é percebida pelo bom trabalho realizado na erraticidade*, reconhecido de tal modo que sua reencarnação é acompanhada por mais de uma centena de amigos.
Uma vez que Segismundo seguiu uma vida reta no plano espiritual, há que se compreender a necessidade da reencarnação. Não há dúvida de que há evolução fora da vida corpórea, mas a reencarnação foi o instrumento precípuo eleito pelo Criador para o processo evolutivo. Ademais, orientou o Cristo que nos reconciliássemos com os inimigos; (Mt 5:25-26) e, como a obra de André Luiz nos mostra, a reencarnação não foi imposta a Segismundo, como não é imposta aos espíritos razoavelmente ciosos de suas responsabilidades, mas decorreu de seu mal-estar com o fato de encontrar-se orientando espíritos, sendo que ele mesmo detinha largos débitos perante a Lei. Tal preocupação coaduna-se com o ensino da espiritualidade de que as leis morais estão gravadas na consciência (Questão 621),2 de modo que Segismundo prescindiu de alertas externos para perceber a necessidade da nova imersão na carne, do mesmo modo que não precisamos de revelações extraordinárias para percebermos quando não estamos no rumo adequado e, embora o trabalho auxilie sobremaneira a regeneração, e até atenue o resgate, até que este se complete, a dívida permanece.7
Além das já referidas razões, vê-se que Adelino e Raquel, os futuros pais terrestres de Segismundo, já estão encarnados há certo tempo, tendo contraído núpcias quatro anos antes do processo reencarnatório descrito por André Luiz, já contando com um filho, não sem antes fazerem seus compromissos de reajuste com o passado, por meio do amor e perdão. A obra nos mostra que houve um encontro antes dessa encarnação, de modo que o processo de perdão e assunção de compromissos ocorreu em conjunto, haja vista que os envolvidos, a despeito das imperfeições, demonstram interesse na regeneração. No caso, temos que não foi ajustada uma data precisa para o renascimento, pois Segismundo comenta de sua “pequenina obra de socorro” e questiona se fez bem “pedindo agora o retorno à Crosta do Mundo”, e que precisava “reconciliar-se com a própria consciência”, ou seja, poderia ter feito o pedido em outro momento, mas é preciso dizer que somente o completista** tem total liberdade para a escolha do corpo futuro e, quiçá, das provas. Diz-nos Alexandre que a reencarnação de Segismundo “traduz expressão simbólica da maioria dos fatos dessa natureza”, mas que “a volta de entidades de regiões mais baixas ocasiona laboriosos e pacientes esforços dos trabalhadores” do plano espiritual, de modo que podemos presumir que toda a participação de Segismundo no processo reencarnatório seja usual no momento atual do planeta.7
André Luiz narra que a aproximação entre Segismundo e Adelino, seu futuro pai e antiga vítima, é dificultada pela ausência do sentimento de perdão e esquecimento dos compromissos assumidos por este último, e das fraquezas apresentadas pelo primeiro, o que reforça a necessidade da reencarnação, pois Segismundo foi grande trabalhador nas condições favoráveis de uma colônia espiritual, onde há um compromisso com o bem8, mas mostra-se indeciso para enfrentar seu passado sem o ambiente esclarecido, sendo que também refuga a plena aplicação da Lei do Amor, já que ambos, à luz da visão ampla do passado, enquanto na erraticidade, comprometeram-se com o reajuste, mas, diante do esquecimento do pretérito, fraquejam no cumprimento das obrigações, como que fazendo o antigo jogo de trocas com a Divindade, aceitando o resgate como uma consequência lógica e racional da lei de causa e efeito2, mas não como um consectário lógico do amor que, como nos ensina Paulo, em sua Primeira Epístola aos Coríntios, é sofredor, benigno, não é invejoso nem trata com leviandade, não se ensoberbece, tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta, e tantas qualidades mais. Nos dizeres de Alexandre: “a evolução confere-nos poder, mas gastamos muito tempo aprendendo a utilizar esse poder harmonicamente.”
No trabalho da reencarnação propriamente dita, vê-se Segismundo com certos desequilíbrios, considerados naturais pelo mentor espiritual, mas este faz a ressalva de que a insegurança de Segismundo elevou a sensação a níveis muito superiores aos comuns. Interessante observar que o processo de desencarne também leva a situações de desequilíbrio (Questão 163),2 mostrando que o ajustamento espiritual às situações de encarnação e desencarnação guarda similaridade, especialmente considerando a assimilação dos elementos do novo ambiente e perda dos pontos de contato com o plano que ocupa.7 Mas há que se considerar, no caso em comento, que a ausência do perdão de Adelino e a insegurança de Segismundo atraem as lembranças de um passado no qual são inimigos, de modo que as vibrações percebidas quebram, de modo pleno ou difuso, o referido esquecimento, inerente à reencarnação, e as personalidades atuais são como que substituídas pelas da encarnação anterior, o que vem a demonstrar a bondade divina existente na retirada temporária da memória, mas também demonstra que, mesmo em vida física, os encarnados mantém sentimentos recíprocos, ainda que inconscientes, o que dificulta ou facilita o processo de reequilíbrio, embora o convívio entre as personalidades da encarnação presente, em situação estrutural de amorosidade, como na condição de pai e filho, é remédio incomparável para a superação do passado.
Por tudo isso, vemos que a reencarnação é inerente a uma fase inicial da jornada evolutiva, até que o espírito atinja patamar de pureza no qual não mais precise voltar à carne. Deve-se atentar que não se pode confundir a necessidade evolutiva com uma necessidade de errar, pois, fosse assim, Deus seria também o criador do mal.9 O erro decorre da má utilização do livre-arbítrio, já a evolução advém da necessidade de adquirir conhecimentos, no campo moral e intelectual (Questão 780),2,10 uma vez que os espíritos são criados simples e ignorantes (Questão 115),2 de modo que um espírito pode atingir a perfeição relativa cabível às criaturas, sem que jamais tenha cometido qualquer equívoco, já que todo espírito passa, necessariamente, pelo estágio da ignorância, mas não o do mal (Questões 120 e 124). 2,10 Não se olvide que a jornada evolutiva é muito longa, sendo impossível atingir a pureza em apenas uma passagem corpórea (Questões 192 e 617a),2 de modo que não há como completar o progresso sem uma série de existências, ou seja, não só a reencarnação é instrumento de justiça, como é uma necessidade à evolução, sendo esta um determinismo da Lei Divina.
Nem toda reencarnação é igual
O processo de reencarnação não é o mesmo para todas as pessoas, pois cada ser é um mundo em si mesmo,11 com estágio evolutivo, experiências pretéritas e necessidades de aprendizado distintos. Nesse sentido, os processos reencarnatórios, à semelhança da morte física, diferem ao infinito, não havendo casos que sejam absolutamente iguais.7
Nada obstante, com base na literatura espírita e para fins didáticos, pode-se categorizar as reencarnações em três tipos, conforme o grau evolutivo do espírito e a necessidade e forma de auxílio da espiritualidade, quais sejam, compulsória, voluntária ou missionária.
Em que pese tal classificação não ser abordada de forma expressa por Allan Kardec, a codificação espírita apresenta as características de cada uma dessas categorias.
O termo reencarnação compulsória – nomenclatura que aparece na obra Obreiros da Vida Eterna, também de autoria do espírito André Luiz12 – diz respeito àquelas que não contam efetivamente com a participação do encarnante. Ela ocorre quando o espírito, criado simples e ignorante, não tem condições de participar das escolhas relativas às suas encarnações iniciais, de modo que Deus, por intermédio dos espíritos mais elevados, traça-lhe o caminho, suprindo-lhe a inexperiência (Questão 262).2 Trata-se das reencarnações de criaturas em esforço puramente evolutivo, com moldes mais ou menos padronizados.7
A reencarnação compulsória também ocorre no caso de espíritos recrudescidos nas inferioridades morais, os quais se encontram em zonas umbralinas e infernais. Nesses casos, são eles compelidos a experiências de cunho expiatório e redentor, planejadas por benfeitores situados em posições mais altas (Questões 262-337).2 Esses espíritos encarnam por vezes inconscientes do ato que realizam, e um benfeitor, em posição mais elevada, assume todas as tratativas do processo encarnatório, como faria por um filho menor, incapaz ainda de assumir completa responsabilidade pelas próprias decisões no que se refere às matérias de relevo.
O livro Missionários da Luz revela que grande percentagem de reencarnações se processa de forma compulsória, contudo, importante frisar que esse processo não representa violência ao livre-arbítrio, uma vez que ocorre quando o espírito não o possui plenamente desenvolvido, ou quando o utilizou para fazer más escolhas, situação em que incide a lei de ação e reação, que torna imprescindível o resgate das faltas pretéritas.7
Em verdade, a reencarnação compulsória consiste em manifestação da misericórdia divina, sobretudo nestes últimos casos, em que a nova existência constitui preciosa oportunidade de libertação dos círculos tenebrosos.13 Afinal, o retorno à vida corpórea é o remédio que limpa as chagas e cura o doente; e quanto mais grave é o mal, tanto mais enérgico deve ser o medicamento.1 Uma descrição de reencarnações de espíritos infelizes, completamente alijados de qualquer planejamento, pode ser encontrada no livro Obreiros da Vida Eterna, também do espírito André Luiz, no capítulo 5 – Irmão Gotuzo.
A reencarnação voluntária ou planejada, por sua vez, é aquela na qual o espírito possui condições de participar de forma ativa no planejamento, com a escolha do gênero das provas pelas quais há de passar (Questão 258) e até mesmo na concretização do processo encarnatório.2 Ela abrange os espíritos que não são completamente bons e redimidos, mas que apresentam maior soma de qualidades superiores. Em outras palavras, são “entidades em débito, mas com valores de boa vontade, perseverança e sinceridade, que lhes outorgam o direito de influir sobre os fatores de sua reencarnação“.7
A reencarnação de Segismundo se enquadra nesta categoria e reflete a expressão simbólica da maioria dos casos, porquanto, nesse estágio, está “a enorme classe média dos espíritos que habitam a crosta”7.
Por fim, a reencarnação missionária é a que tem menor ocorrência em nosso orbe e consiste no retorno à vida corporal de espíritos que não têm necessidade de expiações ou provas no ambiente terrestre, mas voltam à esfera física a fim de auxiliar o progresso da humanidade, dos povos ou dos indivíduos (Questões 132 , 178 e 569).2 Trata-se de espíritos de grande elevação que, ao voltarem à esfera mais densa, em serviço de iluminação, pouco dependem do concurso dos trabalhadores espirituais que atuam na efetivação dos processos reencarnatórios.7
Os bastidores espirituais da reencarnação
A narrativa acerca do caso de Segismundo reforça a ideia de que a nova experiência encarnatória decorre da grandiosidade do amor divino, que abrange todas as criaturas do Universo.10 Afinal, André Luiz nos mostra que o processo reencarnatório demanda esforço de inúmeras entidades do plano espiritual, envolvidas em múltiplas e extensas tarefas.7
O livro nos mostra que as atividades são extremamente organizadas. Inicialmente, constata-se que existe em Nosso Lar uma instituição, vinculada Ministério do Auxílio,8 voltada ao planejamento encarnatório, na qual há a elaboração de mapas das formas orgânicas, construídos por orientadores especializados em conhecimentos biológicos da existência terrena.7
A reencarnação conta também com a participação dos mentores, no delineamento do plano encarnatório e na própria ligação ao corpo físico, bem como de Espíritos construtores, ou seja, trabalhadores que cooperam na formação fetal ao longo de toda a gestação, com atuação particularmente intensa nos primeiros dias que seguem à concepção. Há, ainda, a designação de um protetor para acompanhar e velar pelo encarnante até os sete anos de idade – função que no caso de Segismundo é desempenhada pelo Espírito Herculano.7
Por fim, a obra expõe a relevante cooperação de amigos e familiares desencarnados, por meio de encorajamento, boas vibrações e até mesmo na composição de tônicos e bálsamos com eflúvios vegetais, presenteados para fortalecer mãe e filho ao longo do processo.7
A obra de André Luiz expõe, outrossim, a notória expectativa de todos os participantes do processo, bem como daqueles que tem afeição pelo reencarnante.
Longe de ser considerada como um ato trivial, a reencarnação é vista como um grande evento, com destaque para o seu momento mais solene: a ligação inicial, em sentido direto, com a matéria. A ocorrência é precedida de um verdadeiro momento de celebração, que conta com a presença de mais de cem amigos de Segismundo e sua família, reunidos para manifestar seu devotamento naquela situação crucial, que é a sagrada oportunidade de adentrar novamente na vida corpórea.
As etapas da reencarnação
Etapa 1: Planejamento encarnatório coletivo
O processo de reencarnação do Espírito pode ter início décadas antes de seu nascimento, como no caso de Segismundo, quando os preparativos de uma nova existência material se iniciam de forma integrada com um grupo mais ou menos numeroso de espíritos. Nesse planejamento encarnatório realizado de forma coletiva, o destino de um ou mais núcleos familiares está intrinsecamente entrelaçado. Laços de amor mantêm os espíritos reunidos em repetidas jornadas na Terra, ainda que os papéis assumidos em cada existência possam mudar. O ódio e o ressentimento, deturpações do amor, também vinculam as criaturas nas existências terrenas, como parte do mecanismo misericordioso de rendição e cura das enfermidades morais.
Na obra Cinquenta anos depois, o espírito Emmanuel descreve em detalhes o processo do planejamento encarnatório coletivo de um numeroso grupo de espíritos do núcleo de Cneio Lucius que, depois de uma experiência material de lutas, conquistas e quedas, voltariam a se encontrar para corrigir falhas e desfazer animosidades. Nesse agrupamento, aqueles que estavam em condições mais adiantadas de progresso se reuniam sob a tutela de desvelados orientadores espirituais para planejar, de forma pormenorizada, a próxima encarnação de seu núcleo familiar.14
No caso de Segismundo, longa jornada de recuperação, esclarecimento e trabalho no mundo espiritual haviam corrigido os rumos de seu progresso, e o compromisso de reparação dos erros em nova existência na Terra fora firmado com Raquel e Adelino, que, antes vítimas, fariam as vezes de pais amorosos em nova oportunidade na matéria.7 Apesar da disposição sincera de ajuda mútua, nesse processo solidário de progresso em que todos os seres estão inseridos, a verdadeira reconciliação somente pode ser efetuada no palco da Terra. Esse planejamento inicial é apenas o primeiro passo que precisa ser confirmado na prova da matéria, em um cenário em que o livre-arbítrio prevalece e o esquecimento do passado faz aflorar os nossos verdadeiros sentimentos.
Etapa 2: Arquitetura espiritual do corpo físico
Para a ciência, a constituição física de cada indivíduo é o somatório de sua herança genética, resultante da combinação ao acaso dos genes de seus genitores e das interferências do meio ambiente. A Doutrina Espírita, no entanto, nos revela que o veículo físico que vestimos em cada experiência na matéria é fruto de um sofisticado projeto de arquitetura espiritual e que a nossa constituição genética é, na verdade, uma consequência desse projeto. As características orgânicas do corpo, o seu tempo de vida útil, assim como determinadas doenças e problemas físicos fazem parte de um pacote minuciosamente planejado para propiciar maiores chances de cumprimento das atividades programadas na Terra. Até mesmo atributos de inteligência ou aptidões diversas, como oratória e habilidades motoras, podem ser objeto desse planejamento. No jogo da vida, os defeitos físicos deliberadamente planejados atuam muitas vezes como antídotos para a vaidade, constituindo elementos impulsionadores do progresso espiritual (Questões 334 e 335).2
De fato, os serviços dessa natureza constituem uma das mais importantes atividades das colônias espirituais. Em Nosso Lar, os Pavilhões de Desenho integram numerosas instalações do Ministério do Esclarecimento e constituem locais onde arquitetos espirituais projetam os mapas cromossômicos das formas orgânicas do corpo físico dos futuros ocupantes.8 Nesses projetos, um esboço de cada minudência fisiológica é planejado em esculturas anatômicas, desde as fibras musculares, os ligamentos, os vasos sanguíneos, as conexões neuronais, bem como a constituição de cada órgão e glândula, dispostos em sinergia tal qual os astros do universo.
Quanto maior o grau de progresso do espírito, mais autonomia vai sendo conquistada para intervir ativamente no planejamento não somente de seu próprio corpo físico, como também dos integrantes de seu núcleo familiar que ainda não estão em condição de fazê-lo. Para esses espíritos mais adiantados, os critérios de escolha das características do organismo biológico assumem prioridades impensáveis para a maioria dos encarnados. Frequentemente, priorizam uma existência sadia e um organismo com resistência e durabilidade para garantia de um cumprimento mais eficiente de suas tarefas. A apresentação primorosa do corpo físico é comumente evitada, uma vez que a beleza física e o magnetismo pessoal despertam vibrações de inveja, despeito e antipatia, representando perigoso imã aos vícios da carne. Desse modo, regressam ao berço humano, nas condições precisas, recolhidos ao novo corpo, em que descendência, lar, etnia e pátria estão conjugados com previdente sabedoria para que não faltem ao reencarnante todas as possibilidades necessárias ao êxito no empreendimento que se iniciará.15
Etapa 3: Aproximação com os pais
Nessa fase do processo encarnatório, que pode ocorrer semanas antes da concepção, laços fluídicos entre os pais e o futuro encarnante começam a ser estabelecidos. O desejo de ampliação da família e a disposição em receber o antigo adversário como filho precisam ser confirmados. Contudo, as disposições ao trabalho de resgate assumidos no mundo espiritual, frequentemente, mudam quando se está na matéria, inviabilizando a execução do planejamento.
Diversos estudos médicos se debruçam sobre as causas da crescente infertilidade da população mundial, que atinge até 15%, afetando inclusive casais saudáveis em idade fértil.16 As taxas de infertilidade aumentaram nas últimas décadas em detrimento dos avanços médicos na área, como as técnicas de reprodução assistida. Recentemente, para além de causas fisiológicas, fatores psicológicos, sobretudo o estresse prolongado, têm sido apontados como causas decisivas para esse cenário.17 Ainda assim, até 10% dos casos de infertilidade não têm causa determinada.18
O caso de Segismundo mostra que fatores espirituais exercem importante papel na capacidade reprodutiva dos casais. Nesse caso, quando chegou o momento de colocar em prática os resgates acordados no mundo espiritual, Adelino, o futuro pai, recuou do compromisso. Mesmo sem a lembrança do passado, as vibrações de rancor pareciam falar mais alto quando Segismundo se aproximou do casal. O rechaço inconsciente ao rival provocava a destruição da cromatina de seus gametas ainda na bolsa seminal, inviabilizando o processo biológico da concepção.7
A descrição do caso em tela revela intensa negociação nos bastidores espirituais entre os envolvidos e uma numerosa equipe espiritual destacada nesse esforço encarnatório. No desdobramento dos encarnados (período de sono do corpo e libertação temporária do períspirito), o intercâmbio com o mundo espiritual se faz mais direto. Nessas circunstâncias, a intervenção do mentor espiritual Alexandre, que possuía laços fraternos com os espíritos envolvidos, conseguiu vencer as resistências de Adelino, que acabou sendo sensibilizado por caridade a aceitar a aproximação de Segismundo. O caso analisado ilustra de forma contundente como, independente dos esforços empreendidos, o livre-arbítrio é respeitado e pode determinar o desfecho de ocorrências dessa natureza. Felizmente, para Segismundo, mais uma etapa do intricado processo de reencarnação havia sido superada.7
Etapa 4: Redução perispiritual
Uma semana antes da concepção, os espíritos construtores conduziram Segismundo no processo de redução do seu períspirito***. Quando esse processo se completou, ele perdeu a consciência, assumindo a forma de uma criança.
Dois aspectos distintos e interligados estão colocados nesse processo: a redução da forma perispiritual e a consciência do espírito. Com relação à consciência, no intervalo entre a concepção e o nascimento, o espírito não desfruta de todas as suas faculdades. Desde o instante da concepção, a perturbação começa a envolve-lo, advertindo-o de que chegou o momento de voltar a uma nova existência. Essa perturbação vai crescendo até o nascimento e, à medida que esse momento se aproxima, sua lucidez vai se obscurecendo, assim como a lembrança do passado se apaga, uma vez entrado na nova existência (Questão 351).2
O períspirito, a seu turno, modela-se pela ação do pensamento, de acordo com as suas sugestões. Isto nos permite compreender uma série de fenômenos do plano espiritual. Um deles é o fato de, estando o espírito condicionado por mecanismos de autossugestões mentais, plasma em seu organismo os sinais que acredita possuir. Estas sugestões podem também chegar a ele por via indireta, por meio de forte sugestão mental vinda por hipnose de um outro espírito.19
No processo reencarnatório, um laço fluídico liga o perispírito ao gérmen que o atrai por uma força irresistível desde o momento da concepção. À medida que o gérmen se desenvolve, o laço se encurta. Sob a influência do princípio vito-material do gérmen, o perispírito se une, molécula a molécula, ao corpo em formação. Por conta dessa união pode-se afirmar que o espírito, por intermédio do seu perispírito, se enraíza nesse gérmen, de certa maneira, como uma planta na terra. Quando o gérmen chega ao pleno desenvolvimento, a união se completa e ele nasce.9
Nesse processo, o perispírito sofre a influência de fortes correntes eletromagnéticas, que lhe impõem a redução automática. As suas propriedades se assemelham às do hidrogênio, com as moléculas significativamente distanciadas umas das outras. Quando ligado ao centro genésico feminino, experimenta expressiva contração que leva a uma redução volumétrica pela diminuição dos espaços entre as moléculas. Toda matéria que não serve ao trabalho fundamental de refundição da forma é devolvida ao plano etereal e o perispírito adquire um aspecto de desgaste ou de maior fluidez. Os princípios organogênicos essenciais do perispírito se encontram reduzidos na intimidade do altar materno e, à maneira de um ímã, vão aglutinando sobre si os recursos de formação do novo vestuário da carne que lhe será o vaso próximo de manifestação.20
No caso de Segismundo, foi solicitada, em favor dele, a colaboração para sintonizar com a forma pré-infantil. O mentor espiritual lhe ordenou que mentalizasse sua volta ao refúgio maternal da carne terrestre, que se lembrasse da organização fetal, que se fizesse pequenino, que imaginasse sua necessidade de tornar-se criança para aprender a ser homem. Ao influxo magnético dos Espíritos Construtores Espirituais, a forma perispiritual de Segismundo se reduziu.
Etapa 5: Concepção
A cada ciclo menstrual, ocorrem diversas alterações hormonais que dividem o ciclo em duas fases: na primeira fase (folicular), ocorre o amadurecimento dos folículos e o ovócito desenvolve um envoltório transparente que age como barreira para os espermatozoides (zona pelúcida). No meio do ciclo, há uma ruptura do folículo e a liberação do ovócito (ovulação). Pode ocorrer ou não o encontro com os espermatozoides, na fecundação. Caso não haja a fecundação, ocorre a segunda metade do ciclo (fase luteínica) e ao seu final, uma nova menstruação.
Quando há o encontro do ovócito com um espermatozoide, este atravessa a membrana do ovócito de modo a viabilizar que aquele complete o seu amadurecimento, tornando-se óvulo. Então, é desencadeada uma reação que modifica a zona pelúcida, tornando-a impermeável a outros espermatozoides. Logo depois, os pró-núcleos do espermatozoide e do óvulo se unem e os cromossomos (23 de cada núcleo) se unem em pares, formando uma célula completa, denominada zigoto que continua a sua migração até o interior do útero, onde deve ocorrer a gestação.21
Acreditava-se que a fecundação ocorria com o espermatozoide que primeiro alcançasse o óvulo. André Luiz nos descreve, em 1943, que o perispírito do reencarnante atua sobre o óvulo, dirigindo-o na seleção do espermatozoide, de modo a escolher o mais útil à programação reencarnatória.7 Em vista disso, a célula masculina que atinge o óvulo para fecundá-lo não é a mais apta em sentido de mobilidade, mas em sentido de sintonia magnética. A ciência fez recentes descobertas mostrando que o óvulo exerce uma seleção genética dos espermatozoides, desempenhando importante papel na seleção genética do zigoto a ser formado.22
O perispírito do reencarnante sincroniza com a vibração do espermatozoide compatível com as necessidades evolutivas. No momento da fecundação, o gameta masculino vitorioso foi impulsionado pela energia do perispírito do reencarnante, que, naquele espermatozoide, encontrou os fatores genéticos de que necessitava para a programática a que se deveria submeter. A partir desse momento, os códigos genéticos da hereditariedade, em consonância com o conteúdo vibratório dos registros perispirituais, vão organizando o corpo que o espírito habitará.23
No caso de Segismundo, ele contava com a presença da Espiritualidade amiga. Por conseguinte, Alexandre, depois de haver observado, atentamente, o futuro óvulo materno, realizou essa seleção, pois podia ver as disposições cromossômicas de todos os princípios masculinos em movimento.
Encontramos um outro exemplo na encarnação de um missionário da transição planetária que já tinha condições de escolher por si mesmo qual gameta era mais adequado: solicitou ao futuro reencarnante que mais se aproximasse e pensasse com forte energia na vinculação ao espermatozoide que fosse portador de algumas das suas características e das características biológicas dos pais. Do seu chakra cerebral, que se iluminou como um pequeno arco-íris em volta da parte superior do cérebro, destacou-se um raio prateado que penetrou na pasta gelatinosa e se fixou em um pequeníssimo gameta, que também absorveu a luminosidade agora em tom azul, vitalizando-o e fazendo-o disparar do grupo em que se encontrava submerso.24
Etapa 6. Os primeiros dias de gestação
Os primeiros 21 dias de gestação são muito especiais, pois toda a configuração básica, incluindo a formação inicial dos sistemas orgânicos, ocorre nesse período.
Já existem muitos estudos sobre o efeito que tem o estresse na saúde, enquanto fator gerador e mantenedor de doenças. Dentre os possíveis agravos, estão alguns já há muito reconhecidos, como doenças cardiovasculares, hipertensão arterial, distúrbios psíquicos, depressão e já ficou demonstrada essa associação com o aumento do índice de abortamento espontâneo ou de alterações orgânicas no bebê.25 De todas as gestações diagnosticadas, 15 a 20% terminam em aborto espontâneo, a maioria dentro das primeiras 13 semanas de gestação.26
No livro Obreiros da Vida Eterna, encontramos o exemplo de Loide. Sua mãe, Albina, estava em acompanhamento no processo de preparo para morte próxima. e tal fato repercutiria angustiosamente no organismo de Loide. A carga de dor moral iria conduzi-la efetivamente ao aborto. As súplicas insistentes resultaram em reduzida dilatação de prazo para a desencarnação de Albina.12
André Luiz compara o processo de magnetização celular e formação do embrião a uma sessão de materialização. Tomava-se o concurso do interessado, valia-se da colaboração de Raquel, que, no caso, tomava a função de médium da vida, mobilizavam-se amigos, utilizava-se de recursos magnéticos, requisitava-se o auxílio direto e positivo de Adelino, o futuro pai de Segismundo, como se requeria, na sessão, o concurso do orientador mediúnico sobre as forças passivas da intermediária.7
Chama a atenção que, para além de toda a dedicação e o cuidado da equipe, por vezes, no início da formação dos órgãos mais importantes, detinham-se em oração, suplicando as bênçãos de Jesus para a tarefa iniciada e observei que, sempre que isso acontecia, brilhantes luzes, procedentes do Alto, derramavam-se através da câmara, incentivando-lhes a ação. O trabalho assumia características de verdadeira revelação divina.7
O processo de formação do embrião, descrito por André Luiz, é corroborado pela ciência. A seguir, um comparativo das descrições feitas por ele nas suas diversas fases.21
Depois da vesícula germinal, com a cooperação magnética dos Construtores para cada célula, formaram-se os três folhetos blastodérmicos, aproveitando-se o molde que Raquel idealizara mentalmente para o futuro filhinho, que foi aplicado sobre o modelo vivo de Segismundo, em processo de nova reencarnação.
Por volta do quarto dia, ao chegar na cavidade uterina, o embrião recebe do útero materno uma quantidade de líquido. As células se organizam nas bordas, então forma-se uma cavidade preenchida por esse líquido (blastocisto). Há uma divisão em 2 funções diferentes: implantação no útero (trofoblasto) e formação dos órgãos (embrioblasto).
As células do embrioblasto se diferenciam em 3 folhetos distintos, os folhetos blastodérmicos, que darão origem a todos os órgãos do bebê:
- Ectoderma (folheto externo): origina a pele, sistema nervoso central e periférico e a várias outras estruturas;
- Mesoderma (folheto intermediário): origina as camadas musculares lisas, tecidos conjuntivos, e é fonte de células do sangue e da medula óssea, esqueleto, músculos estriados e dos órgãos reprodutores e excretor;
- Endoderma (folheto interno): origina os revestimentos epiteliais das passagens respiratórias e trato gastrointestinal, incluindo as glândulas associadas.
A partir desse processo, os folhetos se dobram e formam tubos, que progridem para tubo intestinal e o tubo neural. Na descrição de André Luiz sobre esse período, há uma mudança apenas na nomenclatura utilizada, mantendo, todavia, a coerência com os conhecimentos de embriologia vigentes.
Prosseguindo nas observações metódicas, verifiquei que o folheto blastodérmico inferior, obedecendo às disposições do molde vivo, enrolava-se, apresentando os primórdios do tubo intestinal, ao passo que o folheto superior tomava o mesmo impulso de enrolamento, formando os tubos epidérmico e nervoso. O folheto médio, assumindo feição especialíssima, dava lugar às primeiras manifestações da coluna vertebral, dos músculos e vasos diversos.
O tubo intestinal, em certas regiões, começou a dilatar-se, dando origem ao estômago e às alças de vária espécie e revelando, em seguida, determinados movimentos de invaginação, interna e externamente, organizava, aos poucos, as estrias inferiores e superiores, constituídas de pregas, vilosidades e glândulas. O tubo cutâneo começou o serviço de estruturação complicada da pele, ao mesmo tempo em que o tubo nervoso dobrava-se paulatinamente sobre si mesmo, preparando a oficina encefálica. Enquanto isso ocorria, as substâncias do folheto médio transformavam-se de modo surpreendente.
E, dia a dia, eram para mim cada vez mais belas as lições que recebia, observando, então, por que disposições maravilhosas segmenta-se o cordão axial em vértebras que abraçam o tubo nervoso na parte superior e o tubo intestinal na zona inferior.
A primeira célula da fecundação estava transformada num verdadeiro mundo de organização ativa sábia. O embrião revelava-se notavelmente desenvolvido. Na parte anterior, o tubo intestinal dava origem ao esôfago, enquanto que o intestino, com as suas disposições complexas, situava-se na região posterior; internamente, fizera-se nele perfeito serviço de pregueamento, salientando-se que, na zona interior, se formavam pregas e vilosidades, e, na parte exterior, se organizavam saliências que, por sua vez, pouco a pouco, se convertiam em glândulas diversas. Prosseguia, célere, a formação dos vários departamentos cerebrais, a preparação das glândulas sudoríparas e sebáceas, os órgãos autônomos, os vasos sanguíneos, os músculos e ossos.
Nesse momento de formação do embrião, ocorrem muitas diferenciações nos sistemas orgânicos, A observação de André Luiz registra os seguintes sistemas:
- Angiogênese: células se agrupam e formam cilindros que constituirão o sistema circulatório.
- Neurulação: a notocorda se divide para dar origem aos corpos vertebrais e sistema nervoso. Ocorrem divisões em pequenos pedaços que darão origem ao esqueleto, musculatura e derme;
- Tubo cardíaco primitivo: os tubos endocárdicos se fundem e se inicia a circulação sanguínea. No fim da 3° semana, o sangue já circula por ele e ocorrem os primórdios de uma circulação uteroplacentária.
No vigésimo dia de serviço, Apuleio mostrava-se muito satisfeito. Informou-me de que o trabalho básico estava pronto. Alguns cooperadores poderiam mesmo afastar-se. Para a continuidade da tarefa, bastariam dois deles, associados ao esforço contínuo de Herculano.
A partir da quarta semana, ocorrerá a organogênese, na qual os sistemas primordiais já formados vão se diferenciar nos respectivos órgãos.
Durante a gravidez, ocorrem muitas trocas entre a mãe e o filho não somente de material orgânico, mas também psíquico e espiritual. O desenvolvimento da futura forma de Segismundo compelia Raquel a verdadeiros sacrifícios orgânicos; contudo, em cada noite, pela madrugada, repetiam-se às excursões espirituais que ela e o filho recebiam dos afetos de nosso plano. O trabalho de Herculano mereceu a cooperação de inúmeros amigos.
A Psicologia pré-natal se preocupa em identificar como surgem as emoções do bebê e explica que na gestação ocorre uma interação fisiológica entre os organismos da mãe e do feto. Um bebê recém-nascido já apresenta características de personalidade, inteligência, sensibilidade e habilidades adquiridas durante o período pré-natal. Tem uma vida afetiva e emocional estreitamente vinculada na relação com a sua mãe, captando seus estados emocionais e disposição afetiva. O estresse materno gera substâncias neuro-hormonais que atravessam a placenta e têm efeito direto sobre o feto. Ainda no ventre materno, o feto já pode perceber a luz, o som, os sabores, tem posições prediletas, brinca, dorme e sonha. Reconhece a voz da mãe e das pessoas próximas e tem reações de prazer, dor, tristeza, angústia e irritação.27
Fisicamente, a mãe doa todo o material orgânico que constituirá o corpo do bebê, mas há uma contrapartida: os fetos em desenvolvimento no útero de sua mãe fornecem células-tronco quando algum tecido ou órgão materno está lesado e isso pode promover a sua regeneração.
Etapa 7: O nascimento
O nascimento constitui outro marco importante do processo de encarnação, cercado de cuidados pela espiritualidade. No romance Preciso de ajuda, há a descrição do intenso trabalho da equipe espiritual para que o parto ocorresse conforme o planejado.28
No final de O Evangelho Segundo o Espiritismo, consta uma prece especial a respeito do nascimento: Bons Espíritos, que viestes presidir ao seu nascimento e que deveis acompanhá-la durante a vida, jamais a abandoneis.1 A eficácia das preces pode ser comprovada por meio de um lindo relato de uma gestante que teve indicação de parto cesariano (o bebê estava sentado), mas recorreu à fé, e o bebê se virou na última semana, conseguindo ter o parto normal.29
Antes do nascimento, não há uma união definitiva entre alma e corpo (Questão 136a).2 A união começa na concepção, mas só é completa por ocasião do nascimento. Desde o instante da concepção, o espírito designado para habitar certo corpo a este se liga por um laço fluídico, que cada vez mais se vai apertando até o instante em que a criança vê a luz. O grito que o recém-nascido solta anuncia que ela se conta no número dos vivos e dos servos de Deus (Questão 344).2
Apesar de todo o planejamento, há bebês que morrem no momento de nascer. Algumas explicações trazidas pela Doutrina Espírita nos informam que pode ser, para esse espírito, o complemento de uma vida interrompida antes do tempo devido, e sua morte é frequentemente uma prova ou uma expiação para os pais (Questão 199).2
Quando isso acontece, o espírito escolhe outro corpo, mas é necessário certo tempo para optar por nova oportunidade, a menos que a reencarnação instantânea provenha de uma determinação anterior. Muitas vezes, essas mortes acontecem por imperfeições da matéria, outras vezes se constitui uma prova para os pais ou, ainda, o espírito pode fazer uma escolha intencional e recuar ante a prova Questões 346 a 348 199).2 Em alguns casos, há crianças que, desde o ventre da mãe, não têm possibilidades de viver, mas Deus assim o permite como prova, seja para os pais, seja para o espírito destinado a encarnar ou crianças natimortas que não foram destinadas à encarnação de um Espírito quando vem somente pelos pais e pode mesmo chegar ao termo da gestação, mas não sobrevive (Questões 355 e 356).2
No caso de Segismundo, o planejamento reencarnatório deu certo. Depois de prolongados esforços em que senti, mais uma vez, a sublime glorificação da esposa-mãe, Segismundo renascia. Nessa nova etapa, continua contando com todo o apoio dos amigos espirituais, especialmente de Herculano, o amigo e orientador. Permanecerá em definitivo junto de Segismundo, na nova experiência, até que ele atinja os sete anos, após o renascimento, ocasião em que o processo reencarnacionista estará consolidado. Depois desse período, a sua tarefa será amenizada, visto que seguirá o nosso irmão em sentido mais distante.7
Todos nós temos um espírito protetor de uma ordem elevada, especialmente designado para a nossa proteção. Normalmente, o chamamos de Anjo da Guarda. Ele tem a missão de conduzir o seu protegido no bom caminho, ajudá-lo com os seus conselhos, consolá-lo em suas aflições, sustentar sua coragem nas provas da vida.
Acompanha-nos desde o nascimento até a morte e, muitas vezes, nos segue após a morte, na vida espírita e mesmo por meio das inúmeras existências corporais, porque essas existências nada mais são que fases bem curtas em relação à vida do espírito. Quando estivermos na vida espírita, reconheceremos o nosso espírito protetor, pois, frequentemente, o conhecemos antes de reencarnar.
Eventualmente, deixam sua posição para cumprir diversas missões, entretanto, são substituídos. A proteção pressupõe certo grau de elevação e um poder ou uma virtude a mais concedidos por Deus. O pai que protege seu filho pode ser assistido por um espírito mais elevado. A ação dos espíritos que os querem bem é sempre de forma a deixar-lhes o livre-arbítrio, pois, se não tiverem responsabilidade, não avançarão no caminho que deve conduzi-los a Deus. O homem, não vendo quem o ampara, se entrega às próprias forças. Seu guia, no entanto, vela por ele e o adverte do perigo, sempre que necessário. Quando nós lhe fechamos os ouvidos, afasta-se, pois, sabe que serão inúteis os seus conselhos. Não obstante, não nos abandona completamente e sempre se faz ouvir. Ele volta assim que chamado (Questões 489 a 521).2
Etapa 8: A fase pré-escolar
Uma das mais intrigantes informações trazidas por André Luiz em suas obras dá notícia de que o processo de vinculação do perispírito com o corpo físico ocorre progressivamente ao longo de seus primeiros anos de vida e que somente se conclui por volta dos 7 anos de idade, quando a encarnação estaria efetivada em sua completude.7 Até essa idade, a porta com a encarnação anterior ainda estaria entreaberta. Na obra Nosso Lar, relata-se o caso de Ricardo, que, mesmo estando com dois anos de idade na nova indumentária carnal, em desdobramento, comunica-se com sua família espiritual na colônia com a aparência e a consciência de sua forma adulta pregressa.8
A revelação de André Luiz encontra perfeita consonância com a Doutrina Espírita que mostra que a fragilidade da tenra idade é estratégia evolutiva que torna os espíritos mais flexíveis e acessíveis aos conselhos da experiência daqueles que os devem fazer progredir (Questão 385).2 Nesse período, passa por uma fase de semiconsciência no ambiente fluídico dos pais e se encontra em fase de adaptação à nova vida.30 Por não existir uma integração perfeita entre ele e a matéria orgânica, é uma individualidade extremamente suscetível de receber as influências exteriores.10
Avanços científicos nas últimas décadas aumentaram, em grande medida, o conhecimento acerca do desenvolvimento do corpo humano em diferentes áreas do conhecimento, corroborando as informações trazidas pelo autor espiritual. Do ponto de vista anatômico e funcional, sabe-se hoje que a organização das estruturas cerebrais sofre grandes transformações nos primeiros anos de vida. A superfície cerebral do recém-nascido, com cerca de 680 cm2, já no segundo ano de vida, assume a extensão de um cérebro adulto, com 1600 cm2. Contudo modificações estruturais profundas continuam a ocorrer nos anos subsequentes, e, somente aos sete anos de idade, a arquitetura neurológica está completamente definida.31
O desenvolvimento motor das crianças é igualmente um processo contínuo que ocorre dos dois aos sete anos de idade, quando as crianças passam a apresentar padrões de movimento mais consistentes e maduros.32 O desenvolvimento linguístico, incluindo o inventário fonético e as regras fonológicas, ocorre de forma contínua e gradativa até os sete anos.33,34
No campo da Psicologia, Vigotski estabelece marcos temporais para as mudanças nos traços básicos da personalidade das crianças ao longo de seu desenvolvimento. Aos sete anos, a criança estabelece novas relações consigo mesma, suas vivências particulares se organizam e se generalizam, havendo o aprofundamento do conhecimento dos próprios sentimentos.35
A parte das evidências médicas mais objetivas, os estudos conduzidos com crianças que alegam possuir recordações de suas vidas anteriores fornecem ainda mais coerência para a vinculação progressiva do espírito com seu novo corpo. Centenas de casos estudados nas últimas décadas comprovaram a precisão e o detalhamento dessas vivências anteriores, muitas vezes completamente desconectada da encarnação atual. Em muitos casos, a personalidade dessas crianças apresentava fortes semelhanças com a suposta vida passada no que diz respeito ao senso moral, talentos e interesses. Para muitos pesquisadores do fenômeno, a reencarnação não é apenas uma possibilidade, mas aparece como a hipótese mais plausível para tais ocorrências. A maioria dos casos de memória espontânea de vidas passadas ocorre em crianças com 2 a 5 anos. Nesse período, como nos informou André Luiz, o perispírito não está completamente ligado ao novo corpo físico, portanto, pode ter acesso às experiências vividas anteriormente. As investigações desses relatos mostram que essas lembranças costumam desaparecer aos 7 anos, coincidindo com a conclusão do processo encarnatório.36-39
Reflexões finais
Em Missionários da Luz, a partir da descrição da reencarnação de Segismundo, André Luiz compartilha enorme gama de conhecimentos, seja por suas ponderadas observações, seja reportando-nos as lições dos mentores.
Conforme esclarecido, trata-se de uma reencarnação comum, sabendo-se que há reencarnações em condições mais difíceis, de espíritos rebeldes, e reencarnações mais sublimes, coordenadas em planos mais elevados, dos missionários que descem à carne para auxílio à humanidade.
André Luiz nos mostra a complexidade do processo reencarnatório, desde um resgate no umbral, passando pela reconciliação dos desafetos, o minucioso planejamento do corpo e das provas capitais da existência, o laborioso processo de seleção do material genético adequado ao órgão físico, a vinculação do espírito à carne e ao próprio corpo perispiritual da mãe, bem como atividades anteriores à fecundação e as mais ativas durante vinte e um dias após esta, além da atenção especial, por parte da espiritualidade, até que a criança atinja sete anos de idade.
Tais processos são dirigidos por inúmeros espíritos, que despendem enorme trabalho e amor para que a reencarnação seja bem-sucedida, contando com a colaboração de tantos outros para o aperfeiçoamento. Mesmo nos casos do espírito rebelde, há relevante auxílio da espiritualidade, que intercede por aquele que ainda não sabe pedir, endossando sua encarnação e, nessa condição, assumindo compromissos pelo irmão que se desorientou.
Tanto esforço da espiritualidade é posto fora em condutas lamentáveis, como o aborto, a eutanásia e o suicídio, estes últimos amiúde ocorrem quanto pouco falta para a superação da prova, alegando-se supostos direitos de contrariar a Lei Divina, como se as ações individuais não interferissem em uma ordem maior – o que André Luiz descortina –, tentando ocultar as grandes chagas da humanidade, o orgulho e o egoísmo, caracterizadas pela supremacia do interesse pessoal (Questões 785 e 895).2
Mas a forma mais comum de desconsiderar todo o esforço da espiritualidade é a condução desidiosa da vida, em que o espírito encarnado cuida apenas dos compromissos materiais inadiáveis, sem preocupações de natureza maior, sem desprendimento, sem compaixão, cumprindo a vida como o animal que, por instinto, nada busca além da sobrevivência e procriação. Lembremos a lição do Espírito de Verdade, de que não é bastante não fazer o mal, sendo necessário praticar o bem no limite de nossas forças (Questão 642) ou,2 nas insubstituíveis palavras do Mestre Nazareno no Sermão do Monte, a conduta ativa de fazer ao próximo o que gostaríamos que nos fosse feito (Mt 7:12).
A cada vez que fraquejarmos, pensemos em quantos irmãos envolveram-se em nosso processo corretivo muito antes da encarnação em si e permanecem conosco pelos laços sagrados da amizade, não só torcendo por nós, como nos apoiando, rindo e chorando conosco, na sagrada certeza de que o Pai jamais dá ao filho um fardo que não possa suportar (ICo 10:13).
Referências
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Glossário
*Erraticidade: constitui o período de transição entre duas encarnações para espíritos em estágio evolutivo que demanda esse recurso.2
**Completista: Espírito que aproveita todas as possibilidades construtivas que o corpo terrestre oferece em determinada encarnação.7
***Perispírito: representa o molde fundamental da existência para o homem. É formado por substâncias químicas que transcendem os elementos conhecidos até agora pela ciência terrena, matéria rarefeita que se altera de acordo com o padrão vibratório do campo interno. Ele não é reflexo do corpo físico, porque, na realidade, é o corpo físico que o reflete.15