Por Pedrita Montenegro

 

Pedimos a alguns médiuns que contassem passagens interessantes vivenciadas no trabalho mediúnico, ou que lhes foram reportadas. Aproveitamos para trazer um célebre caso vivenciado por Chico Xavier.

 

 

“A Reunião Está Encerrada”

 

Por Mayse Braga

 

Aconteceu na primeira reunião mediúnica que daria início às atividades do que veio a ser a Comunhão Espírita de Brasília. Foi na casa cedida pelo Sr. Mário Carvalho e D. Irene Carvalho, ficava em cima da “Casa do Barata”, loja de materiais bastante conhecida na época, e contou com a presença de mais quatro amigos.

Apagaram a luz, fizeram a oração inicial e a D. Irene recebeu um espírito sofredor, repetindo com fidelidade as suas queixas e revolta. Quando viu aquilo, o Sr. Mário ficou muito assustado e sem saber o que fazer, acendeu a luz e declarou: a reunião está encerrada.

Os amigos ficaram estupefatos. D. Irene permaneceu em psicofonia, falando e gesticulando, mas o Espírito disse que não ia embora, e o Sr. Mário esperando que ela voltasse ao normal.

Até que, por fim, um dos amigos conversou com o Espírito, ele foi embora e tudo acabou bem.

 

 

Um Perfume Materializado Para as Crianças

 

Por Verônica Maia Baraviera

 

No Espírito Santo, Seu Eliphas e D. Célia, fundadores do Paulo de Tarso, foram a uma reunião de materialização, conduzida pelo médium Júlio César Grande Ribeiro, conhecido carinhosamente como Tio Julinho. As filhas do casal, ainda crianças, não tinham idade suficiente para participar.

Durante a sessão, a mãe de D. Célia, desencarnada, manifestou-se por meio da voz, conversando com os presentes, sendo prontamente identificada por todos que a conheceram.

No final da reunião, o Espírito Irmã Scheilla, materializado, deu um abraço na D. Célia, deixando nela o perfume de flores, característico da sua presença. Dirigiu-se ao Seu Eliphas, lamentando que as crianças não puderam vir, e falou que ia mandar um presente para elas. Passou a mão sobre sua a cabeça, deixando-lhe os cabelos perfumados.

No dia seguinte, o perfume da D. Célia havia desaparecido, mas o do Seu Eliphas permaneceu durante a semana inteira, mesmo lavando os cabelos todos os dias no mar e no chuveiro.

 

 

Adotando os Netos

 

Por Cláudia Etter Mota

 

A médium estava pensando em adotar uma criança, pois os filhos já estavam crescidos e ela, sempre que atuava na assistência dos abrigados, tinha essa vontade. Preparava-se para entrar na fila da adoção, quando em um determinado dia, acordou mais cedo e achou que podia esperar na cama um pouco mais, “curtindo preguiça”.

Dormiu e sonhou com um ser iluminado que lhe mostrava duas crianças, um menino e uma menina, com a idade entre sete e oito anos. Ele lhe pediu para escolher um dos dois.

Ela olhava, olhava e não conseguia escolher somente um, queria os dois.

O ser iluminado perguntava:

– Tem certeza?

– Sim, tenho certeza, eu quero os dois.

Acordou com uma lucidez muito grande, com lembrança de detalhes do sonho e do rostinho das crianças. Contou o sonho para todo mundo, imaginando que iria adotar duas crianças em vez de uma.

Cerca de um mês depois, a filha teve uma gravidez não planejada. Fizeram o acompanhamento da gestação e a ecografia mostrou que eram gêmeos, um menino e uma menina!

A avó esqueceu a história de adoção, pois teria que arcar com os cuidados aos dois bebês e também ajudar financeiramente.

Não teve jeito de não associar com o sonho e se sentir co-responsável por esse desfecho.

 

 

A Festa

 

Por Antonia Nery

 

Desde criança, a médium via os “mortos” e contava para a mãe, mas ela não acreditava. Cresceu com isso e sempre via alguma coisa.

Certa feita, quando já era adulta e trabalhava em uma casa espírita, ao chegar em casa, viu uma moça no seu quarto, sentada na cama. Ela estava muito bem vestida, com trajes dos anos 50 ou 60, como se fosse para uma festa.

Depois do susto inicial, começaram a conversar.

A moça perguntou se a médium estava se arrumando para ir a uma festa e ela disse “sim”, pois era final de ano e haveria uma confraternização comemorativa na casa espírita.

A moça disse que também estava indo para uma festa, porém, a médium percebeu que ela ainda não havia se dado conta que já estava desencarnada.

Os amigos espirituais esclareceram que a moça estava a caminho para um baile quando sofreu um acidente que provocou a sua desencarnação e estava perdida desde então.

Elas, então, foram juntas para a “festa” na casa espirita e lá chegando, havia uma equipe de acolhimento esperando.  A moça foi amparada, e conduzida para outro local, mais de acordo com as suas necessidades.

 

 

Cheio de Espírito Aqui”

 

Por Raquel Sabaini

 

A médium era procedente de uma família católica e desde criança aprendeu a ter medo de Espíritos. Quando cresceu, teve a mediunidade aflorada e se vinculou a uma casa espírita, passando a trabalhar em um grupo mediúnico.

Certa feita, durante uma sessão mediúnica, a colega vidente informou:

– A falange está toda aqui.

Ao ouvir essa informação, despertou as suas antigas crenças e começou a pensar: Meu Deus! Está cheio de Espírito aqui! E não conseguia parar e pensar em outra coisa, já ficando com medo. Aquilo se repetia dentro dela: cheio de Espírito!

Então o Mentor apareceu e perguntou a ela:

– É mesmo? cheio de Espírito aqui?

Você está em uma sessão mediúnica e cheio Espírito aqui? Não diga!

Nesse momento, ela caiu em si e ficou morrendo de vergonha!

O mentor acolheu seus sentimentos e falou:

– Está tudo bem. Estamos aqui com vocês para protegê-los.

Então, apesar da vergonha, pensou: imagine uma reunião mediúnica que não seja cheia de Espíritos…

 

 

A Cura ou Mico Espiritual

 

Por Verônica Maia Baraviera

 

Aconteceu na reunião de tratamento físico-espiritual. A médium costumava trabalhar com desobsessão e estava habituada à vibração densa dos obsessores. Ficou muito encantada com a presença dos Espíritos de luz, que realizavam os tratamentos.

Em uma das sessões, atendendo a um paciente que estava bem fraco e abatido, ela perguntou ao mentor se iria melhorar, pois a aparência estava bem debilitada. O mentor informou que na semana seguinte ele estaria ótimo.

Muito animada, ela contou para a família que ele ia melhorar e na semana seguinte estaria ótimo! Poucos dias depois, o tal paciente desencarnou.

Que decepção!

Que vexame!

Como é que eu disse para a família que ia melhorar e ele morre – perguntava-se a médium.

Na reunião subsequente, ainda cheia de questionamentos, a médium interrogou o mentor:

– Mas o senhor falou que ele ia melhorar, que hoje estaria ótimo!

O mentor respondeu com um sorriso: mas ele está ótimo, olha lá!

Ela olhou na direção que o mentor apontava e viu o paciente muito bem recuperado, sendo assistido no hospital espiritual, com uma cara ótima, sorrindo e conversando com todo mundo.

 

 

Na Hora Certa

 

Por Claudia Etter Mota

 

Nessa época, a mãe e a irmã da médium moravam no Rio de Janeiro e a ela, com muitas saudades, resolveu fazer uma visita e passar dez dias com elas. Apertou o orçamento, parcelou uma passagem de avião e foi.

Chegando lá, aconteceu de a mãe cair e sofrer uma fratura no fêmur. Foi internada e ficou na UTI, mas não resistiu e acabou desencarnando.

A médium orou muito, pedia ajuda, estava muito desconsolada, pois imaginava uma visita de prazer e chegou em um momento de dor. Por um problema na cidade, naqueles dias o cemitério estava fechado e os enterros se realizavam em cima de uma montanha, que contava ainda com poucas covas e tinha uma vista linda de Teresópolis.

A tristeza era profunda, mas naquele momento, ela escutou uma voz: olha ao seu redor. Estava chuviscando. A vista das montanhas em meio à nevoa fez despertar o sentimento e a certeza da presença de Deus e, apesar da tristeza, se sentiu muito confortada.

A voz continuou: olha como você estava no lugar certo e na hora certa.

E ela se lembrou que, logo após ter viajado, houve uma greve nos aeroportos e muitos voos foram cancelados. Se ela não tivesse ido naquele momento, não teria a oportunidade de se despedir da mãe.

 

 

Flutuou no Ar

 

Por Verônica Maia Baraviera

 

Aconteceu no Varjão, nos idos de 2000.

Havia uma moça que sempre passava mal, com crises nervosas, e tinha muitos desmaios. A família sempre chamava a ambulância e ela era levada para o Hospital São Vicente de Paulo (ou HPAP – Hospital de Pronto Atendimento Psiquiátrico, em Taguatinga) onde permanecia internada por muitos dias e recebia muitas medicações.

Acontece que esses “ataques” ocorriam sob influência espiritual e, em algum momento, a família descobriu o CEPT. A partir daí, quando a moça passava mal, a família pedia assistência espiritual, em vez de chamar a ambulância.

Em um determinado dia, a moça teve um ataque e a família pediu ajuda. Seu Eliphas não estava em Brasília… e agora?  Quem poderia ir ajudar no meio da tarde? O grupo ainda era pequeno e a maioria das pessoas estava no trabalho.

De repente, surgiu a lembrança de um parente de um médium da casa que poderia ajudar. Ao ser acionado, concordou e veio. Foram para a casa da moça e lá chegando, ela estava praticamente submetida ao espírito, de difícil esclarecimento.

O esclarecedor começou a dar um passe com os olhos fechados, orava e falava com uma voz estrondosa, capaz de ser ouvida em toda a vizinhança: “Segue em nome de Deus! Segue em nome de Deus”.

Sem perceber e muito concentrado, levantou a moça por cerca de meio metro acima do chão e ela ficou balançando os pezinhos no ar…

A Verônica começou a falar: desce! desce!

Ele não estava entendendo nada, porque permanecia de olhos fechados e nem sabia que tinha suspendido a moça.

Depois de acalmados os ânimos, desceu a moça de volta, fizeram um bom esclarecimento e o espirito aceitou ser encaminhado.

A moça se agregou ao Centro para estudar e educar a mediunidade, cessando os “ataques”

Graças a Deus, tudo se acabou bem.

 

 

Como Posso Ajudar?

 

Por Claudia Etter Mota

 

A médium fez parte de um grupo mediúnico por mais de dois anos frequentando e trabalhando com regularidade, mas naquele momento, teve acúmulo de muitas demandas pessoais que a levaram a adiar o trabalho. Ficou sem carro, sem empregada doméstica e tinha que cuidar da casa e dos netos sozinha.

Em conflito e sem querer parar de trabalhar, orou muito, pedindo orientação à espiritualidade e se ofereceu para ajudar de outras formas que não fosse em um grupo longe da sua casa, com dificuldade de transporte e com dia e hora marcada.

Uns três dias depois, estava fazendo compras no mercado e viu uma moça inquieta, meio agitada com um filhotinho de cachorro no colo; ela apertava o filhotinho e a médium ficou muito incomodada com isso, mas achou que não poderia interferir. Respirou fundo e seguiu com as compras. Já na saída, a tal moça caiu no chão do lado dos seus pés.

Ela foi ajudar e a moça, mas ela falava aos berros:

– PEGA O MEU CACHORRO! PEGA O MEU CACHORRO!!

Ela pegou o filhote e percebeu que a moça machucou o joelho. Ajudou-a a se levantar e sentar num banco próximo. A moça continuava gritando com ela:

– VAI LÁ NO MERCADO E ACHA MEU TIO QUE ESTÁ LA DENTRO!

Ela entrou com o cachorro no colo, porém ninguém sabia quem era o tio.

Voltou para falar com a moça (que continuava aos berros):

– JÁ ACHOU MEU TIO?

– Não, vou achar, mas só queria saber como você está.

Voltou para o mercado e ao olhar para um determinado senhor, teve certeza que era ele. Foi falar com ele e verificou que ele era mesmo o tio.

Contou o que aconteceu e voltou para fora para acalmar a moça, falando que o tio já estava vindo. Quando o tio saiu, agradeceu muito e ela se despediu, virando para ir embora. A moça gritou:

– VOLTA AQUI!!

Ela voltou e a moça agradeceu:

– Muito obrigada! Você ajudou a mim e ao meu cachorro.

E assim foi: pediu para ajudar de algum jeito e ganhou oportunidades nunca imaginadas.

 

 

“O Mentor tem Sempre Razão”

 

Por Raquel Sabaini

 

A médium estava assistindo a uma palestra na qual foi citada a passagem em que Jesus estava dormindo no barco em meio à tempestade e os apóstolos sentiram medo (Marcos 4:35-41, Lucas 8:22-25 e Mateus 8:23-27)

Ela passou, então, a divagar: Se ela estivesse no barco, não sentiria medo, pois estava com Jesus. Para que sentir medo? O Mestre estava ali, não corriam nenhum perigo. Esses apóstolos não pensaram direito…

A palestra prosseguia: então os apóstolos acordaram Jesus e ele acalmou a tempestade. Os apóstolos se perguntavam: quem é esse homem, que até o vento e a tempestade lhe obedecem?

A divagação continuava – Claro que eles não sabiam quem era ele de verdade! Se soubessem, não teriam medo. Se eu estivesse lá, dormiria tranquila também – e ria internamente.

Nesse momento, apareceu o mentor e chamou a atenção: Você está rindo dos apóstolos porque estavam com medo? E você? Não está no barco com Jesus? Quem é o governador da Terra? Quem está no leme? Você também não fica com medo às vezes?

Ela se recolheu à humildade e viu que não podia rir dos apóstolos.

O mentor tem sempre razão.

 

 

A Surra de Bíblia

 

Por Ramiro Gama, em seu livro “Lindos Casos de Chico Xavier”

 

Lutando no tratamento de irmãs obsidiadas, José e Chico Xavier gastaram alguns meses até que surgisse a cura completa. No princípio, porém, da tarefa assistencial houve uma noite em que José foi obrigado a viajar em serviço da sua profissão de seleiro.

Mudara-se para Pedro Leopoldo um homem bom e rústico, de nome Manuel, que o povo dizia muito experimentado em doutrinar espíritos das trevas. O irmão do Chico não hesitou e resolveu visitá-lo, pedindo cooperação. Necessitava ausentar-se, mas o socorro às doentes não deveria ser interrompido.

“Seu” Manuel aceitou o convite e, na hora aprazada, compareceu ao “Centro Espírita Luiz Gonzaga”, com uma Bíblia antiga sob o braço direito.

A sessão começou eficiente e pacífica. Como de outras vezes, depois das preces e instruções de abertura, o Chico seria o médium para a doutrinação dos obsessores.

Um dos espíritos amigos incorporou-se, por intermédio dele, fornecendo a precisa orientação e disse ao “seu” Manuel entre outras coisas:

— Meu amigo, quando o perseguidor infeliz se apossar do médium, aplique o Evangelho com veemência.

— Pois não, — respondeu o diretor muito calmo, — a vossa ordem será obedecida.

E quando a primeira das entidades perturbadas assenhoreou o aparelho mediúnico, exigindo assistência evangelizante, “seu” Manuel tomou a Bíblia de grande formato e bateu, com ela, muitas vezes, sobre o crânio do Chico, exclamando, irritadiço:

— Tome Evangelho! Tome Evangelho!…

O obsessor, sob a influência de benfeitores espirituais da casa, afastou-se, de imediato, e a sessão foi encerrada. Mas o Chico sofreu intensa torção no pescoço e esteve seis dias de cama para curar o torcicolo doloroso.

E ele afirmava satisfeito que será talvez das poucas pessoas do mundo que terão tomado “uma surra de Bíblia”

 

 

 

 

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