“Não se turbe o vosso coração. Credes em Deus, crede também em mim. Há muitas moradas na casa de meu Pai; se assim não fosse, Eu vo-lo teria dito.” 

Jesus (João, 14:1 e 2)

 

  1. As nossas diversas existências corporais se verificam todas na Terra?

“Não; vivemo-las em diferentes mundos. As que aqui passamos não são as primeiras, nem as últimas; são, porém, das mais materiais e das mais distantes da perfeição.”         –           O Livro dos Espíritos

 

A experiência da contemplação de um céu límpido e estrelado é das que mais nos fazem reverenciar e respeitar a grandeza da criação. A sensação é ainda mais deliciosa se, ao divisarmos as estrelas mais brilhantes, permitirmos que nossa imaginação alce voos mais altos, siderais, chegando a pensar em formas de vida inteligente habitando mundos que orbitam ao redor dos incontáveis sóis que fulguram no universo, verdadeiras pedras preciosas engastadas pelas mãos do Eterno.

A pluralidade dos mundos habitados constitui, seguramente, um dos temas mais fascinantes que foram trabalhados por Kardec à época da codificação. Com os imortais, pudemos aprender que nossas existências são inúmeras, e que as que vivemos na Terra representam uma tímida parcela de nossas experiências reencarnatórias. Nossa trajetória enquanto seres imortais, dependentes da reencarnação para progredir, passa por várias etapas evolutivas, atendidas perfeitamente por existências em mundos incontáveis, apropriados a cada uma delas. [13]

Essas revelações reforçam a negação do sistema geocêntrico (ou ptolomaico), elaborado por Claudio Ptolomeu no início da era cristã, que afirmava ser a Terra o centro fixo do universo. Essa teoria teria sido abraçada pela igreja católica, à época, por coincidência de interpretação com os textos bíblicos, que colocavam o homem como a figura central na criação divina.

Não obstante, com a revelação espírita, podemos afirmar que todos os globos do espaço são habitados de alguma forma. Longe de sermos exclusivos no universo, aprendemos que ainda estamos consideravelmente afastados das expressões mais avançadas da inteligência, da bondade e da perfeição [13]. Nessa perspectiva, a Terra se distancia enormemente dos resquícios do seu ultrapassado caráter exclusivista, de ser o único orbe a receber os filhos de Deus, sendo colocada no seu lugar de direito – um mundo próprio às experiências mais materiais da humanidade, função compartilhada com vários outros mundos com características semelhantes, todos correspondentes a espíritos com graus evolutivos similares aos da Terra[1].

O axioma da perfeição divina leva-nos à natural conclusão de que nada na criação é inútil. Tudo tem sua razão de ser, tudo atende a uma finalidade superior, que tem no amor sua bandeira [13]. Por isso, é necessário expandirmos a ideia que fazemos de vida, costumeiramente presa ao entendimento que a ciência terrena já conseguiu abranger. São Luís afirma que “se se considerar do ponto de vista material a encarnação, tal como se verifica na Terra, poder-se-á dizer que ela se limita aos mundos inferiores.” [12]; portanto, mundos como a Terra são morada apropriada a espíritos mais próximos dos graus mais inferiores da escala espírita de evolução. Mas há vida além dos mundos inferiores, posto que há muitas outras classes de espíritos além da que predomina na Terra – irmãos menos materializados na proporção inversa de sua evolução [13]. Isso torna possível a compreensão de que a vida pode se expressar de muitas outras formas, e em muitos outros estados de vibração, além do que os terráqueos conhecem presentemente, ampliando de forma colossal a vida em todas as suas expressões. Note-se que, nos mundos de luz, morada dos espíritos puros, a desmaterialização é tamanha que não há corpos materiais. Revestem-se apenas por seus corpos espirituais – períspiritos – tão etéreos que os permitem brilhar sua luz por todos os meandros do cosmo.

A título de exemplo, para tornar ideia da vida extraterrestre mais crível e natural, lógica até, citamos a resposta dos imortais à questão 58 de O Livro dos Espíritos, que chama atenção para as funções desconhecidas que a eletricidade pode desempenhar, servindo como fonte de luz e calor nos mundos mais distantes do sol, e reitera as diferenças na constituição material e orgânica dos seres desses orbes, quando comparados com os da Terra – o que é importante, tendo em vista que nosso entendimento de vida é muito restrito às condições observadas para o lócus terráqueo. Dessa forma, nada mais natural que a vida se expanda e desenvolva abundantemente em todos os recantos da criação. Conforme apontam os luminares do progresso, imaginar que apenas a Terra gozaria do privilégio de servir de morada aos seres racionais, entendendo que Deus teria criado o universo apenas para nós, não passaria de ingênua expressão de prepotência, vaidade e orgulho! [13]

Mesmo sendo difícil imaginar como seria, de fato, a vida nos incontáveis mundos que permeiam o universo, a razão aponta para o fato de que os habitantes dos mundos espalhados pelo espaço não podem ser exatamente iguais a nós.  Em conformidade com suas diferentes propriedades, esses seres apresentarão características físicas diferentes das nossas, organizações apropriadas ao mundo em que habitam. Seria impossível, portanto, conforme elucida Emmanuel, formas humanoides idênticas às nossas serem encontradas nos diversos mundos, em virtude das características reinantes em cada plano evolutivo [4], muito particulares. Tendo isto posto, vale mencionar que, não obstante os ensinos relacionados acima, Kardec traçou comparações relevantes sobre a expressão da forma humana nos diferentes orbes, que seria mais rudimentar e destituída de beleza nos mundos mais próximos da condição primitiva, e nos mundos superiores mais embelezada, purificada, aperfeiçoada, apontando, todavia, para a existência de traços comuns, de similaridades com o tipo humano como o conhecemos [12].

Ainda segundo as respostas dos imortais [13], aprendemos que reencarnaremos na Terra mais ou menos vezes, na dependência do nosso esforço de crescimento espiritual, que nos granjeará credenciais para vivermos em mundos melhores ou nos encaminhará a planetas ainda mais atrasados que a Terra, como aconteceu com os capelinos quando para cá foram trazidos; podemos estar aqui pela primeira vez, assim como podemos estar pela última; poderemos estar em resgate ou em missão, quem saberá?  Nossas necessidades espirituais é que serão determinantes nessas ocorrências.

Os espíritos que aqui habitam – mais de 20 bilhões, contabilizando encarnados e desencarnados [5] – estão dentro de uma faixa evolutiva que compreende tanto seres mais animalizados quanto mais espiritualizados. Em outras palavras, abarcariam um recorte determinado de espíritos com moralidades mais ou menos desenvolvidas, dentro da escala espírita. E passar de uma condição para outra, ou seja, subir todos esses degraus evolutivos, demanda tempo, já que a evolução não se processa de súbito. Para isso, as conquistas morais que permitirão nossa ascensão a mundos mais felizes exigem a experimentação em condições sociais, familiares, profissionais diversas; há vários “papéis” a serem desempenhados por nós no teatro da vida. Por isso, não necessariamente estamos todos no mesmo nível de evolução, mas estamos dentro de uma mesma faixa evolutiva; também por essa razão, nossas experiências terrenas são inúmeras. Isso não significa, todavia, que espíritos de escol não possam estar entre nós; eles estão! Irmãos dessa classe podem, por amor, encarnar na Terra em missão, o que tem acontecido com frequência nesse período de transição, para potencializar o progresso espiritual do orbe [13, 19].

A Terra não será sempre um mundo de provas e expiações ou de transição para a regeneração, tampouco a morada de espíritos com moralidade similar do presente. A lei de progresso se aplica, igualmente, aos próprios mundos. A perfeição da lei diz que a destinação da Terra se confunde com o determinismo que nos marca o destino: transformar-se-á em um verdadeiro paraíso, quando os seres que aqui habitam se transformarem por sua vez, refletindo nada além da bondade, da compreensão, do amor [13]. E pelo amor, os seres criados que compartilham conosco do sistema solar como lar, assim como aqueloutros que vivem em outras constelações ou em outras galáxias, formam conosco a grande família interplanetária, e a essa comunidade universal o mestre lionês chamou “humanidade”, exaltando a solidariedade entre os mundos: “Deve-se considerar que na Terra não está a humanidade toda, mas apenas uma pequena fração da humanidade. Com efeito, a espécie humana abrange todos os seres dotados de razão que povoam os inúmeros orbes do universo.” [12]

A lei de amor, em sua perfeição, que nos interconecta a todos, seres terrestres e extraterrestres – por nossa origem comum: a de filhos de Deus – também liga todas as esferas espargidas na imensidão às expressões pálidas da Terra. Todas as moradas do Pai encontram-se imersas no fluido cósmico universal, no éter divino, que as mantém unidas, coesas. E a Terra, a despeito de sua psicosfera reinante, reflexo do progresso moral atingido por seus habitantes, é um de seus distintos membros, integrante da sociedade dos mundos [3]. Por isso, não prescinde do amparo constante de seus irmãos mais velhos – como Marte ou Saturno, já mais avançados em todos os aspectos do progresso – como é possível observar a partir dos relatos dos nossos irmãos desencarnados. Digna de nota é a interessante menção a uma assembleia sideral que teria reunido “anciãos da sociedade de Marte, estudiosos de Saturno, cientistas e apóstolos de Júpiter e outros representantes da vida do nosso sistema solar”, tendo como objetivo a instauração da paz na Terra, conforma narra Irmão X, em mensagem psicografada no interstício entre primeira e segunda guerra mundiais [1], atestando essa união e engrandecendo a fraternidade reinante no cosmos.

 

Classificação dos Mundos segundo Kardec

Quando o Mestre Nazareno esteve entre nós, disse-nos: “há muitas moradas na casa de meu Pai” (João, 14:2). Kardec aprofunda o entendimento de suas palavras apresentando dois sentidos para elas. Em um sentido espiritual, as entenderemos como “o estado venturoso ou desgraçado no espírito na erraticidade” [12]. Espíritos errantes são os que ainda têm necessidade de reencarnar; a erraticidade não compreende, portanto, os espíritos puros [13]. Nesse sentido, as moradas seriam as faixas mentais nas quais vibram as consciências. Já em um sentido a que chamaremos material, as moradas seriam “os mundos que circulam o espaço infinito e oferecem, aos espíritos que neles encarnam, moradas correspondentes ao adiantamento dos mesmos espíritos” [12]. Em outras palavras, são os mundos propriamente considerados, a exemplo do planeta Terra. No presente artigo, trataremos da classificação denominada material, não obstante ambas se confundirem em muitos momentos, dado ser o sentido espiritual requisito para acesso à habitação propriamente considerada.

Kardec estratificou os variados mundos em categorias afins, organizadas pelas características predominantes de seus habitantes. Essa classificação didática permite-nos compreender melhor os contornos dos mundos que servem de moradas para a vivência das variadas etapas evolutivas pelas quais passa a humanidade. Esses mundos seriam assim divididos: primitivos, de expiação e provas, de regeneração, ditosos, e celestes – ou divinos [12].

Os primitivos são os mundos que estão no extremo inferior da escala. Inferiores à Terra e absolutamente materiais, neles dominam as paixões, enquanto a vida moral é praticamente inexistente – tanto que, nos tempos recuados do paleolítico (a primeira e mais longa fase da pré-história), todas as ocorrências marcadas pela brutalidade e pela violência, inerentes à animalidade do homem primitivo, foram debitadas “à conta da evolução necessária para a discriminação de indivíduos e agrupamentos, espécies e raças” [17][2]. Esses mundos são destinados às primeiras experiências dos espíritos recém-saídos das mãos do Criador, em sua simplicidade e ignorância. São povos rudimentares, vivendo guiados pelo instinto, tendo na força bruta sua lei maior.

Nos mundos de expiações e provas há predomínio do mal. Os vícios observáveis em tantos matizes são a insígnia da inferioridade moral que lhes caracteriza a evolução. Aqui, Santo Agostinho faz uma importante distinção em duas categorias: os espíritos que vêm a esses mundos para expiar, e os que não. Aqueles em expiação seriam os egressos de outros orbes, excluídos de suas pátrias planetárias pela insistência no mal. Foram degredados por impositivo do progresso, e se instalaram na Terra para cumprir a missão de adiantar o desenvolvimento dos povos originários – dos que não tinham a expiar – sendo dotados de inteligência já mais bem desenvolvida (como ocorreu com os capelinos e está ocorrendo com a Terra neste período de transição). Os que não têm a expiar, por outro lado, seriam as raças chamadas “selvagens”, assim como os indígenas, mais próximos da infância espiritual, matriculados nas primeiras séries da escola da vida, e por isso necessitados do nosso amor, respeito e amparo. Curioso é notar que até mesmo o contraste entre bem e mal é para nós necessário, encarnados em um mundo ainda carregado de provas e expiações, para apreciarmos a beleza, a bondade e a justiça da Lei – em suma, para vermos claramente o caminho agradável a Deus e por ele optar [12].

Os mundos regeneradores têm o traço distintivo de serem mundos de transição. Eles estão a meio caminho dos mundos felizes – paraísos de difícil concepção para os nossos cérebros limitados. São mundos de descanso após tantas fadigas acumuladas nas lutas reencarnatórias, onde as almas arrependidas podem gozar da calma e do repouso para dar prosseguimento à sua jornada de perfectibilidade. Apesar de ainda existir o mal – pois não são perfeitos os espíritos que os habitam – e falíveis serem os seus habitantes, as paixões, como corcéis desgovernados que atiram a humanidade nos abismos dos arrependimentos, perderam seu império. O amor já conquistou o status de linguagem universal, sobrepondo-se ao orgulho, à inveja, ao ódio. Há equidade social. Mesmo não sendo mundos propriamente felizes, já são sua aurora, sendo considerados muito ditosos quando comparados com a Terra.  Ainda há provas, e a carne sujeita os homens e mulheres às vicissitudes que lhe são inerentes, mas aqui há um diferencial: a não decisão pelo bem pode ter como consequência o degredo, pois não há espaço para os resistentes no mal. Esse é o mundo para o qual estamos nos dirigindo, felizmente. Segundo Santo Agostinho, a Terra “há chegado a um dos seus períodos de transformação, em que, de orbe expiatório, mudar-se-á em planeta de regeneração, onde os homens serão ditosos, porque nele imperará a lei de Deus” [12].

Nos mundos divinos ou celestes, finalmente, observamos seres com formas aperfeiçoadas, purificadas, angelicais. Neles, não se comunga das necessidades dos corpos terrenos nem há doenças. Seus habitantes deslizam na atmosfera de alguma forma – ou nela planam – devido à “leveza específica” de suas organizações. Não sofrem as constrições materiais a que estamos sujeitos na Terra; ao contrário, seu estado natural é semelhante à alma emancipada, e o pensamento é a linguagem comum. A infância praticamente inexiste, a vida é longuíssima e a morte nada mais é que transição bem afortunada. A superioridade moral e intelectual é marcante, os sentimentos são superiores, o amor e a fraternidade são perenes, não existindo nenhum traço de maldade. Os espíritos os comparam às visões dos Campos Elísios, o paraíso da mitologia grega destinado aos dignos após a morte [12].

Finalmente, incluiremos aqui os mundos transitórios, não obstante não pertencerem à classificação de Kardec constante em O Evangelho Segundo o Espiritismo. A escolha é puramente didática, justificada por suas características particulares. A menção aos mundos transitórios encontra-se nas perguntas 234 a 236 de O Livro dos Espíritos. Os mundos transitórios servem de estações de repouso para espíritos errantes. Mais especificamente, essa denominação é transitória, posto que todos os planetas passam por um etapa em seu desenvolvimento em que podem ser classificados como transitórios, como aconteceu com a Terra durante sua formação. Aparentemente, são para espíritos que já estagiam há longo tempo na erraticidade, ocupando posição intermediária na escala dos mundos e submetidos a variações nessa classificação em função do grau evolutivo dos seres que para lá se dirigem – que podem ser mais ou menos evoluídos. Como tudo na criação é perfeito, o estado de repouso não significa inutilidade, note-se; os desencarnados que aportam nesses orbes carregam também o nobre objetivo da instrução, por meio da qual podem pleitear acesso a moradas melhores. Para a ciência terrena, sua superfície apresenta-se estéril, opondo-se à sua utilidade, marca inconfundível da criação [13].

 

Revelações Espíritas sobre a Vida Extraterrestre

Antes de entrarmos nas descrições doutrinárias propriamente consideradas sobre as características dos planetas, importa fazermos algumas considerações.

Primeiramente, tais relatos atendem ao propósito destacado por Maria João de Deus, a mãe de Francisco Cândido Xavier, de trazer:

“[…] a consolação dos que sofrem, visando a amplitude das esperanças dos que nos compreendem, a fim de que aguardem, confiantes na bondade de Deus, o prêmio compensador da vida em outras paragens mais felizes, onde a alegria não se extingue, como na Terra, e a paz é uma vibração permanente do pensamento de todas as criaturas.” [10]

Emmanuel ratifica os ensinos da mãe de Chico, ao ensinar-nos:

“[…] Se falamos dos mundos felizes, é para que o planeta terreno seja igualmente venturoso. Se dizemos do amor que enche a vida inteira da criação infinita, é para que o homem aprenda também a amar a vida e os seus semelhantes. Se discorremos acerca das condições aperfeiçoadas da existência em planos redimidos do universo, é para que a Terra ponha em prática essas mesmas condições. Os códigos aplicados, em outras esferas mais adiantadas, baseados na solidariedade universal, deverão, por sua vez, merecer aí a atenção e os estudos precisos.” [10]

Percebe-se, portanto, que antes de terem um fim em si mesmas, de atendimento a curiosidades estéreis, tais comunicações exorbitam dos suspiros e devaneios que experimentamos com a imaginação da vida nos variados orbes, indo ao encontro da máxima que resume a Lei e os profetas: a necessidade de amar – e o esforço que precisa ser empenhado para tanto – apresentando um fim essencialmente moral. Assim sendo, devem as aludidas comunicações estimular-nos a vontade e o esforço na transformação interior, única medida capaz de fomentar a transformação da própria Terra, para que nosso amado planeta seja um mundo onde a ventura não tem fim. Para tanto, temos um longo caminho a percorrer que começa em nós e, após se consolidar, deverá se expandir aos nossos núcleos familiares, às nossas cidades, aos demais países, enfim [10, 16].

Outro ponto a destacar alude a uma pergunta feita a Chico há muitas décadas, mas que se aplica bem aos passos dados pela humanidade com a exploração do planeta Marte, presentemente realizada pelo Mars Rover. À época da realização do programa “Pinga-Fogo”, uma das perguntas foi [8]:

“Por que em 1935 Chico Xavier anunciou em um livro que o planeta Marte era habitado e as sondas americanas comprovaram que o planeta era deserto igual à Lua?”

Segundo a resposta de Chico, precisamos considerar, em tudo que disser respeito à vida que abunda nas moradas universais, que as narrativas espirituais são transcendentes, indo ao encontro da vida em outras dimensões, em outros campos vibratórios. Inclusive, muitas das descrições apresentadas assemelham-se muito às das colônias espirituais sediadas na própria Terra, o que é natural, tendo em vista as condições dos habitantes e das organizações materiais de mundos mais evoluídos, cada vez mais etéreos e desmaterializados. Dessa forma, apenas do ponto de vista físico, como o consideramos, é natural que muitos dos planetas, especialmente os do sistema solar, sejam grandes esferas destituídas da vida humana como a entendemos presentemente, estéreis e inóspitos. Isso vale similarmente, é importante considerar, para as recentes descobertas feitas pelo Mars Rover sobre a topografia de Marte, veículo presentemente em missão nesse planeta. Por simetria, expandimos o teor da resposta para quaisquer conhecimentos adquiridos sobre os demais planetas do sistema solar. Cautela, portanto!

Conforme mencionamos supra e ratificamos, a vida exorbita do acanhado conhecimento científico que hoje apresentamos, valendo a postura de prudência e humildade que nos distancia do “homem de saber e de espírito” – nas palavras de Kardec – que crê tudo conhecer e a tudo se sobrepor, sem, contudo, negar o conhecimento científico, e sem desprezar a recomendação de Erasto, que afirma: “Melhor é repelir dez verdades do que admitir uma única falsidade, uma só teoria errônea” [14], no que tange aos ditados espirituais referentes à vida extraterrestre.

Preocupado com o grau de confiabilidade das descrições de outros mundos apresentadas pelos espíritos e tendo perguntado a eles acerca do assunto, o mestre de Lion, fazendo jus à alcunha de bom senso encarnado, foi esclarecido que tais informações derivam do grau de elevação do respondente, mas mesmo com probabilidade de serem enganados ou dos espíritos não saberem as respostas às questões elaboradas, é possível a obtenção de respostas certas e precisas, sempre advindas de bons espíritos e sempre com a finalidade da educação moral. O critério de verdade seria o de comparação, isto é, de concordância de informações oriundas de mensagens diferentes, com médiuns e espíritos diferentes. Kardec ainda é alertado que, sobre essas revelações, a maior quantidade de informações será destinada à descrição do estado moral dos seres extraterrestres em seus respectivos mundos, e não a descrições físicas ou geológicas, e isso porque, reiteram os espíritos, a finalidade dessas comunicações é essencialmente moral [14].

Nesse aspecto, um interessante exemplo é o do espírito Georges (que assinou diversas mensagens publicadas na Revista Espírita, algumas das quais consignamos abaixo, para as descrições de Marte e Vênus, conforme discriminado no texto), cujas dissertações tiveram como intermediários os médiuns Sr. e Sr.ª Costel. As revelações de Georges, em referência a Marte, entram em contradição com comunicações posteriores, como as trazidas por Chico Xavier – médium consagrado pela vasta produção mediúnica e, principalmente, por sua autoridade moral – assinadas pelos espíritos Irmão X, Maria João de Deus, Abel Gomes e Emmanuel. Pela mesma médium, também identificamos comunicações, além das de Georges, que são passíveis de questionamento no tocante à fidelidade aos princípios doutrinários, como a do espírito Lázaro, intitulada “Origens” (Revista Espírita, Ano III, 1860, Agosto). Daí o impositivo do estudo criterioso e desapaixonado das comunicações recebidas, especialmente as desse jaez.

Finalmente, importa considerar que a inteligência humana, segundo Emmanuel, ainda é excessivamente reduzida, quando comparada à superioridade das capacidades do espírito destituído de matéria, e seu cérebro, um aparelho frágil e deficiente [4]! Talvez por isso o alerta de Maria João de Deus, “nós vos falamos como se fôssemos vítimas de nossos surtos imaginativos, mas dia virá que os homens hão de verificar, com as positividades requeridas, a veracidade de nossas afirmativas” [10].

Com isso posto, interessa sabermos que a classificação inicial dos mundos feita por Kardec, publicada em 1858, que considerou o nível de progresso atingido por cada mundo tomando como base as comunicações disponíveis à época, não se aplicaria perfeitamente à que o próprio Kardec faria se estivesse encarnado hoje, considerando as comunicações posteriores ao seu desencarne, especialmente as do médium mineiro, conforme já mencionado.

Seguem abaixo algumas informações relevantes sobre as muitas moradas do Pai, registradas na literatura espírita.

 

Sol

                Segundo os espíritos, o astro rei do sistema solar seria um grande centro de reuniões de espíritos puros, de cujo coração benévolo e amoroso irradiariam pensamentos e sentimentos superiores aos vários mundos [13]. A comunicação dada pelo espírito Alexandre de Humboldt, em 1859, ratifica a tese, ao afirmar que o Sol não abrigaria habitantes, mas apenas visitantes [16].

De fato, parece que essas reuniões de espíritos superiores, em manifesto espírito de fraternidade universal, são uma consequência natural das leis sábias e amorosas de Deus. Em A Caminho da Luz, Emmanuel chama atenção para a existência de uma comunidade de espíritos puros, responsáveis pela direção superior da vida nos variados orbes, consoante a afirmativa do mestre lionês [6].

 

Mercúrio

Temos conhecimento de apenas duas menções ao planeta Mercúrio. Uma consta da classificação feita por Kardec em 1858, supracitada, que o colocaria acima da Terra em evolução. Outra alude à evocação do General Hoche, consignada na Revista Espírita de 1859. Ao afirmar que reencarnaria em breve, o General foi questionado se sua reencarnação se daria na Terra. A resposta foi categórica: Não! Seu renascimento dar-se-ia em Mercúrio.

Segundo esse espírito, Mercúrio seria um planeta moralmente inferior à Terra; seus habitantes, mais materiais que os daqui. Curiosamente, o General teria se comprometido com essa experiência carnal, apesar de ela não ser a escolha que mais lhe agradaria. Entretanto, o General já haveria desenvolvido a noção do servo inútil[3] que cumpre com suas obrigações, tendo um papel importante a desempenhar entre os seres desse mundo, onde o mal seria presente e haveria muitos “furores de crime a punir”, nas suas palavras. Em síntese, o General contribuiria para a elevação desse orbe, até Mercúrio evoluir na escala dos mundos [16].

 

Vênus

As menções a Vênus também são escassas. Um ditado espontâneo do médium Sr. Costel, intitulado “Planeta Vênus”, trouxe informações sobre esse mundo, publicado na Revista Espírita, edição de agosto de 1862 [16].

Segundo o espírito Georges, que assinou a mensagem, seus habitantes apresentariam uma forma semelhante a nossa. O ar desse orbe seria impróprio aos pulmões humanos. Lá, as doenças já teriam sido superadas, e os seus habitantes não se alimentariam de carne animal. Não obstante as similaridades com a Terra, os venusianos estariam perto da perfeição. Mais felizes, mais belos, menos grosseiros; os costumes desses irmãos seriam marcados pela serenidade e pelo carinho uns para com os outros. Expressões de uma natureza mais harmônica seriam notadas nesse orbe, em suas árvores, em suas mudanças climáticas.

Até mesmo a conformação política seria diferente, mais próxima da simplicidade das organizações familiares e seus chefes, conforme as organizações que precederam os arranjos políticos mais complexos da Terra. As artes seriam entronizadas e o desenvolvimento industrial, como o conhecemos aqui, perderia muito da sua razão de ser. Trajar-se-iam esses irmãos com túnicas muito alvas.

A duração da vida seria “infinitamente mais longa” que a do nosso planeta, e seus habitantes não estariam presos a esse orbe, dado o seu grau de desmaterialização. Georges faz menção à possibilidade de irem a Júpiter, bem como a outros planetas similares, conforme resposta à pergunta 188, de O Livro dos Espíritos.

As religiões se equiparariam à experiência da religiosidade, marcada pela adoração permanente de Deus. Em Vênus, não se identificariam cultos idólatras, tampouco os erros que marcam a vivência religiosa na Terra.

As relações entre o que Kardec chama de “senhores e servos” seriam bem diferentes do que aqui conhecemos. Nas relações socioeconômicas, profissionais – como aparenta ser o teor da pergunta – os superiores seriam verdadeiros pais dos inferiores, não senhores. Não os explorariam, antes, tutelariam seu progresso individual.

Apesar do quadro fascinante, aqui cabe uma nota. Mesmo tendo recebido comunicações de teor semelhante, Kardec, em seu bom senso, alerta:

“Por certo esta descrição de Vênus não tem nenhum dos caracteres de autenticidade absoluta; assim, só a damos a título hipotético. Todavia, o que já foi dito sobre esse mundo lhe dá, pelo menos, um certo grau de probabilidade e, seja como for, não deixa de ser o quadro de um mundo que necessariamente deve existir para todo homem que não tenha a orgulhosa pretensão de crer que a Terra seja o apogeu da perfeição humana; é um elo na escala dos mundos e um grau acessível aos que não se sentem com forças para ir diretamente a Júpiter.” [16]

No que diz respeito ao comunicante, reiteramos, ainda, as observações pontuadas acima, para que o leitor tire suas próprias conclusões.

 

Terra

O contexto do presente trabalho não solicita uma longa excursão no que diz respeito à Terra, orbe mais conhecido pela humanidade. Entretanto, alguns apontamentos se fazem necessários.

Nosso planeta encontra-se em mutação, transitando de “mundo de provas e expiações” para “mundo regenerador”. A essência desse processo transformador é essencialmente moral, e não material, não obstante acontecimentos materiais terem a função de serem molas propulsoras, catalisadores de mudança – a ver pela própria pandemia à qual nos encontramos vinculados, presentemente. [13, 15].

Nossos irmãos maiores têm relatado que muitos espíritos que estavam trancafiados em regiões de grande sofrimento estão reencarnando na Terra, medida bendita que oportunizará sua redenção – se optarem pelo caminho do bem – ou seu degredo para mundos inferiores – se permanecerem obstinados no mal. Igualmente, seres mais elevados têm vindo à Terra para fazer com que os avanços tecnológicos, intelectuais e morais, especialmente, sejam acelerados nessa fase de transição – “promotores do progresso de todos os tempos passados”, nas palavras de Bezerra. A essa falange de espíritos nobres somam-se ainda outros, de outras dimensões, encarnados para tornarem-se líderes da sociedade, inspirando-a nessa importante etapa [18].

Importa mencionar que vários espíritos nobres, interessados no engrandecimento da Terra, empreendem expedições de aprendizagem e experiência com nossos irmãos mais velhos de planetas como Júpiter, Saturno e Marte [7]. Por sua vez, representantes desses três mundos participam ativamente dos caminhos do progresso humano, sempre tutelados pelo Cristo Jesus, como podemos observar na descrição de certa assembleia ocorrida em passado não tão distante, conforme narrativa de Irmão X supracitada, ratificando a fraternidade geral que liga todos os mundos [1].

O mais importante, entretanto, é o processo de auto responsabilidade que devemos tomar consciência, acerca do atual estágio da Terra, para que, também por intermédio da responsabilidade pessoal, possamos nos comprometer com melhores escolhas de agora em diante: aquelas do esforço próprio, do perdão, do amor, da fraternidade, elevando nosso mundo para patamares superiores, que hoje nos fazem suspirar, pensando na Terra feliz do futuro. Representa isso verdadeiro dever [3]!

Nessa direção, para reflexão, recapitulamos breve comentário de um mensageiro angelical que, em discurso comovente proferido aos marcianos, em relação à Terra, asseverou:

“Irmãos, ainda é inútil toda tentativa de comunicação com a Terra rebelde e incompreensível! Debalde os astrônomos terrenos vos procuram ansiosos, nos abismos do infinito!… Seus telescópios estão frios, suas máquinas, geladas. Faltam-lhes os ardores divinos da intuição sublime e pura, com as vibrações da fé que os levariam da ciência transitória à sabedoria imortal. Fatigados na impenitência que lhes caracteriza as atividades inquietas e angustiosas os homens terrestres precisam de iluminação pelo amor, a fim de que se afastem do círculo vicioso da destruição, na tecnocracia da guerra. Lá, os irmãos se devoram uns aos outros, com indiferença monstruosa! Os povos não se afirmam pelo trabalho ou pela cultura, mas pelas mais poderosas máquinas de morticínio e de arrasamento. Todos os progressos científicos são patrimônio do egoísmo utilitário ou elementos sinistros da ruína e da morte!…  Enquanto as árvores de Deus frondejam no caminho da vida e do tempo, cheias de frutos cariciosos, as criaturas terrenas consideram-se famintas de violência e de sangue. A ciência de seres como esses não poderia entender as vibrações mais elevadas do espírito! Os vícios de uma falsa cultura casam-se aos vícios das religiões convencionalistas, que estacionam em exterioridades nocivas ou se detêm nos fenômenos, sem cogitar das causas profundas, esquecendo-se o homem do templo divino do seu coração, onde as bênçãos de Deus desejam florir e semear a vida eterna!… Tão singulares desequilíbrios provocaram na personalidade terrestre um sentido bestial que lhe corrompe os mais preciosos centros de força e, somente agora, cogitam as instituições divinas da transição necessária, a fim de que a vida na Terra se efetive, com o sentido da verdadeira humanidade, ali conhecido tão somente na exposição teórica de alguns Espíritos insulados!…  Irmãos, contemplemos a Terra e peçamos ao Senhor do Universo que as modificações, precisas ao seu aperfeiçoamento, sejam menos dolorosas ao coração de suas coletividades! Oremos pelos nossos companheiros, iludidos nas expressões animais de uma vida inferior, de modo que a luz se faça em seus corações e em suas consciências, possibilitando as vibrações recíprocas de simpatia e comunicação, entre os dois mundos!…” [2]

 

Lua

Em 1971, à época da realização do programa Pinga-Fogo, programa de perguntas e respostas que contou com a participação do inesquecível Chico Xavier, valiosas informações sobre a lua foram reveladas pelo médium mineiro [8]. Chico fora acompanhado por Emmanuel, seu mentor, por todo o programa.

Em um futuro – talvez não tão distante – nossa bela Lua poderá sediar cidades de vidro, ou cidades estufa, que servirão à importante finalidade de possuir um observatório sideral, um ponto estratégico para que a humanidade terrena aprenda mais sobre nossa galáxia e sobre o universo. A construção dessas estruturas seria feita com matéria prima extraída da própria Lua. Lá, seriam obtidos elementos como o nitrogênio e oxigênio, construídas usinas de alumínio e, provavelmente, água! Essa conquista também seria importante para o estabelecimento dos primeiros canais de comunicação com as humanidades de outros planetas – com seres extraterrestres.

Entretanto, para que as conquistas humanas cheguem até esse patamar, existe uma espécie de crivo, de que dependerá a concessão ou o postergamento desse feito. A espiritualidade maior que nos rege os destinos exigiu que, nos 50 anos que se seguissem (de 1971 para cá, o marco seria exatamente o ano de 2021), não poderíamos nos envolver – a humanidade terrestre – em nenhum tipo de conflito com as proporções alcançadas pelas guerras mundiais. Essa seria a forma de controlar se a humanidade estaria ou não pronta para esse marco de progresso na convivência interplanetária. Apesar dos riscos passados no período, inclusive recentes, ainda não resolvemos iniciar outra guerra de extermínio no planeta Terra; então, quem sabe coisas maravilhosas não acontecerão nas próximas décadas?

Esse fato foi confirmado em outra fala feita por Chico, que reafirmou, em 1977, em entrevista concedida à Folha Espírita que, se já tivéssemos atingidos níveis mais elevados de moralidade, se a paz e o amor já tivessem fincado raízes mais profundas nos corações humanos, os seres superiores da comunidade universal já teriam feito contato conosco, pois estaríamos em condições de “compreendê-los e assimilar-lhes as lições de progresso que nos pudessem ministrar”, nas palavras do médium [20].

Finalmente, a Lua também apresenta sua serventia no plano espiritual. Em outra entrevista concedida à Folha Espírita, em 1976, Chico revelou sobre a existência de educandários de grande expressão, instalados nas dependências espirituais da Lua, escolas abençoadas que atendem aos impositivos de instrução de um sem número de irmãos desencarnados [20].

 

Marte

As descrições de Marte são das mais interessantes. Entretanto, apresentam-se algo contraditórias.

Primeiramente, em mensagem assinada pelo Espírito Georges, médium Sr.ª Costel – o mesmo espírito que relaciona fatos sobre os moradores de Vênus – enxergamos Marte como a habitação de seres bem inferiores aos da Terra, embrutecidos, grosseiros. Teriam forma semelhante à humana, mas destituídos de qualquer manifestação de beleza, completamente guiados pelo instinto e pela violência. Viveriam quase como animais, atendendo às necessidades mais básicas do sustento do corpo e da reprodução. Estariam nos primeiros degraus da evolução, com uma inteligência pouquíssimo desenvolvida. Sua expectativa de vida seria bem mais baixa que a da Terra. Marte teria uma terra árida, vegetação sombria e escassa. Georges faz uma menção curiosa dos animais desse lugar, destacando sua selvageria e violência. Cachorros e lobos confundiriam-se entre si, entrando em conflito constante com seus habitantes, em lutas agressivas. Seriam menos numerosos do que na Terra, menos variadas as espécies, de menor porte. O espírito menciona, ainda, que haveria um mar furioso a dividir os continentes, formados por uma terra que não fecunda. Uma descrição quase terrível [16]!

Por outro lado, temos duas descrições apresentadas por intermédio de Chico Xavier que se contrapõem à narrativa de Georges.

A primeira delas é de Maria João de Deus, a mãe de Chico. Em uma viagem amparada por seu guia, esse espírito visitou Marte, descrevendo uma paisagem pitoresca. Aportaram ambos a uma cidade com traços semelhantes aos das nossas. Um belíssimo lago acompanhava a visão. A paisagem apresentava uma tonalidade avermelhada, não obstante suas flores e frutos se colorirem de matizes variados. Seus habitantes possuíam faculdades volitivas, permitidas por protuberâncias que se projetavam a partir de suas escápulas, fazendo com que seus dias fossem vividos de uma forma mais “aérea”. De fato, a mãe de Chico relata grande quantidade de veículos aéreos sobrevoando o céu marciano, em variadas direções. A água, em suas palavras, seria menos densa, e mais rara de se encontrar posto que se teria infiltrado, em sua maioria, no solo. Seus mares, rasos, seriam interconectados por um sistema de canalização de água natural à topografia do orbe. A atmosfera seria rarefeita, e as chuvas, bem escassas. A humanidade marciana seria consideravelmente mais evoluída que a nossa, prescindindo da necessidade de matar seus irmãos menores – os animais – para se sustentar. Além disso, as guerras e os flagelos seriam desconhecidos por eles, ausentes de sua trajetória evolutiva. Seu desenvolvimento tecnológico já lhes permitiria imergir nos segredos da natureza, no domínio da eletricidade, e em um profundo conhecimento de astronomia. Seu conhecimento dos planetas que lhe são mais próximos é admirável, o que se daria por intermédio do uso aparelhos especiais. Sua psicosfera seria de paz, amor, fraternidade e religiosidade [10].

O segundo registro, também por meio da psicografia do médium mineiro, veio por Irmão X (Humberto de Campos), consoante a obra Novas Mensagens. Irmão X, assim como Maria João de Deus, confirma as observações narradas pela mãe de Chico no que diz respeito às edificações e largas avenidas, similares às nossas; aos veículos aéreos; à ausência de inquietações e à serenidade reinante de um povo que desconhece as expiações coletivas, os flagelos sociais e as guerras (posto que evoluíram sem sua ocorrência, desnecessária); à sua religiosidade superior e à fraternidade generalizada; à vegetação avermelhada. Irmão X aponta para nuvens levemente azuladas produzidas pelo maquinário aéreo dos marcianos de que dá notícia – uma necessidade em virtude da escassez de água em algumas regiões mais distantes dos canais de água que conectam os oceanos polares. Outra informação curiosa é a de que, desde o século passado, esse povo teria enviado mensagens a nós por intermédio de ondas luminosas, que foram confundidas com raios cósmicos, mas que não passaram despercebidas aos pelo Instituto de tecnologia da Califórnia – que não conseguiu, contudo, compreender o que realmente eram as comunicações marcianas. Finalmente, o grau evolutivo atingido pelos marcianos era tão destacado que sua comunicação já havia superado a necessidade da palavra verbalizada, operando-se pelas vias do pensamento [2].

 

Júpiter

Em relação ao planeta Júpiter, mais de uma comunicação extensa serviu de base às informações disponíveis sobre suas características, que se somam a algumas menções nas obras do médium Chico Xavier. Aparentemente, comunicações de diferentes médiuns e espíritos apontam para o mesmo sentido, incluindo as de espíritos como Emmanuel e Irmão X, o que as dota de certa confiabilidade. O espírito Bernard Palissy, adicionalmente, trouxe-nos alguns registros pictográficos das habitações de Júpiter, recebidos pela pintura mediúnica do Sr. Victorien Sardou, que, note-se, não sabia desenhar nem gravar [16]. Kardec teve oportunidade de reproduzir um dos seus inúmeros desenhos na edição de Agosto de 1858 da Revista Espírita, o qual reproduzimos abaixo (Figura 1). Palissy, que seria um habitante de Júpiter, também respondeu a várias perguntas feitas por Kardec, respostas que juntamos com longa missiva de Victorien Sardou para apresentar a descrição desse planeta, e com um compêndio de informações resumidas por Kardec, para a presente descrição [16].

Figura 1. Retrato da Casa de Mozart, pelo espírito Bernard Palissy, pintura mediúnica de Victorien Sardou, publicado na Revista Espírita de 1858, edição de Agosto

 

Júpiter foi comparado com os Campos Elísios por Palissy. Sua temperatura era percebida como suave e temperada. A despeito da pouca luz solar, esse orbe seria envolvido por uma espécie de luz espiritual que se relacionava com o estado moral de seus habitantes, já superior, morada de espíritos bem-aventurados. Júpiter não teria atmosfera semelhante à da Terra, e os homens de lá “não seriam os mesmos”, em virtude do contraste de necessidades, não obstante as formas se assemelhassem às nossas, mas mais embelezadas e dotadas de pureza real e de luz, especialmente na região da face e da cabeça[4]. Seus corpos seriam maiores que os nossos, com caracteres dignos de sua elevação, e não uma prisão de carne, como na Terra; eles envolveriam o espírito como um véu cobriria uma estátua. Haveria sexos diferentes, por ser uma lei da matéria, nas palavras do espírito.

Lá, haveria água e mares, mas não como os daqui; eles seriam mais etéreos. Nas palavras do médium, a água “ofereceria a consistência de um leve vapor”. A matéria como a conhecemos praticamente não existiria. As plantas seriam mais belas, e essa humanidade apresentaria alimentação puramente vegetal, figurando como protetora dos animais – um traço distintivo de todas as civilizações mais evoluídas na escala dos mundos, note-se. Além disso, absorveriam parte de seus nutrientes diretamente do meio ambiente. Suas encarnações seriam mais longas, de cerca de 5 séculos terrenos. Nem infância nem velhice obliterariam as potencialidades espirituais de seus habitantes. As doenças não existiriam. Seus habitantes se ocupariam, prioritariamente, no soerguimento de mundos inferiores[5] ou ao atendimento de demandas inerentes ao próprio orbe, o que repousaria na dependência de seu grau evolutivo. Nas descrições de seus habitantes mais aperfeiçoados temos informações de relevância: sua locomoção não os prende ao solo, como aqui, dada a “densidade específica” de seus corpos. Em outras palavras, de certa forma volitariam, apenas tocando o solo ou as águas, ou ainda lançando-se em altos voos pelo simples manejo da vontade[6] – o que não seria tão fácil para os habitantes menos evoluídos! Sua linguagem é a do pensamento, dado seu grau de evolução, e a segunda vista seria faculdade normal e permanente.

Abaixo dos nossos irmãos mais ou menos evoluídos encontraríamos os animais – termo que não é apropriado aos que eles são, em verdade – bastante diferentes dos daqui. Formariam uma classe superior em todos os aspectos, e todos estariam a serviço da humanidade de Júpiter, ligados às famílias de seus habitantes. Teriam uma aparência bizarra para nós; não se assemelhariam aos animais daqui, mas também não poderiam ser chamados de humanos. Teriam transitado em mundos inferiores nas formas animais, elaborando-se para atender aos misteres superiores desempenhados em Júpiter, perto, a nosso ver, da transição para espíritos propriamente ditos. A descrição dada por Bernard é singular ao extremo; esses seres, comparados aos faunos ou sátiros das histórias terrenas, seriam os responsáveis pelos trabalhos materiais do orbe, como “carga ou obras pesadas, semeadura ou colheita”. Teriam corpos levemente peludos e, apesar de semelhanças com os homens primitivos que habitaram a Terra, suas cabeças atestariam traços animais. Além deles, o Sr. Sardou relata sobre os animais aéreos, que portavam asas e se dedicavam à realização de trabalhos no ar.

Em Júpiter haveria cidades onde se unem os espíritos pelos laços de amor, tendo em seus líderes os mais dotados de autoridade moral. Seus habitantes formariam famílias que vivem em lares deliciosamente harmoniosos. Morariam em espécie de palacetes apropriados a suas festas, reuniões e cerimônias diversas, posto que compreendem uma humanidade, assim como nós, vinculada a trabalhos diversos, com suas demandas e necessidades particulares. A menção a Julnius, grande cidade de Júpiter, chama atenção. É encantadora a descrição de Sr. Sardou: rios e lagos magníficos embelezam a cidade, tão grandes que ao menor deles chamaríamos de mar. Imensas cataratas comporiam a harmonia do conjunto. Inicialmente, descrevendo a chamada cidade baixa ou terrestre – a orientada a ocupações que têm como escopo o próprio planeta – nos deparamos com uma cidade que remete à Veneza, cujas edificações foram erigidas em projeto arquitetônico que priorizou canais e leitos de água perpassando sua estrutura, tomando feição de uma cidade anfíbia. Por outro lado, haveria também uma cidade alta, ou celeste, a cidade chamada inteligente ou espiritual. Essa cidade comportaria moradas coloridas e leves, esbeltas e graciosas, nas palavras do médium. Essas moradas superiores não eram carentes das mais belas expressões da natureza, cujas verduras eram igualmente aéreas. O Sr. Victorien narra as belezas de suas flores, de matizes e beleza inconcebíveis para os olhos humanos, compondo verdadeiros jardins flutuantes. Afirma, igualmente, que essas moradas seriam lares para os conhecidos Mozart, Zoroastro e Cervantes, apresentando detalhes curiosos da morada do espírito de Mozart, particularmente – retratado na imagem acima – e algo da de Zoroastro.

Em Júpiter, as diferenças socioeconômicas a que estamos acostumados, que fazem com que falte o necessário a uns enquanto outros vivem na abundância, não teriam sentido. Isso não quer dizer que não haja desigualdades; entretanto, elas se fundariam nos degraus evolutivos já alcançados por seus habitantes. Todos se tratariam como irmãos de fato, e se um possuísse mais que outro, naturalmente o primeiro dividiria com o último, posto que não poderiam ser felizes vendo o próximo sofrendo com privações e escassez. As religiões institucionalizadas teriam evoluído para uma religiosidade generalizada, onde todos amam um único Deus. Por tudo isso, Palissy responde que nós, humanos da Terra, quando comparados a eles, não passaríamos de macacos, dado o abismo que reina entre ambos! [16]

Adicionalmente, por revelações assinadas pelo espírito de Mozart, em Júpiter haveria melodia por toda parte, inclusive nos fenômenos da natureza. A música de Júpiter, diferentemente da daqui, seria algo divino, de difícil concepção para nós, terráqueos. Em determinada resposta, menciona o espírito que “o pensamento compõe e os ouvintes desfrutam sem audição material”. Mozart confirma a duração da vida de seus habitantes, de 300 a 500 anos [16].

A despeito da estranheza e, talvez, um misto de estarrecimento e doce encantamento, Irmão X e Abel Gomes situam Júpiter como um mundo bastante superior, de fato. À época da codificação, conforme consta na Revista Espírita de 1859, Alexandre de Humboldt afirma, categoricamente, ser Júpiter um planeta muito superior à Terra. Uma mensagem assinada pelo espírito Georges, médium Sr.ª Costel, em 1860, ratifica as comunicações precedentes, embora sem tantos detalhes, atendendo ao critério de concordância estipulado por Kardec, não obstante as ressalvas supracitadas em relação a algumas de suas comunicações. Finalmente, respondendo a questionamentos de Kardec, em 1861, São Luís afiança não se recordarem os habitantes de Júpiter de suas encarnações passadas, afirmando que as comunicações que foram prestadas até então o foram mediante desdobramento causado pelo sono [16].

 

Saturno

Sir Humphry Davy, em 1869, afirma viverem os saturninos na atmosfera do seu globo. Eles seriam dotados de capacidade intelectual e sensibilidade bastante superiores, quando comparados a nós, bem como de sentidos impossíveis de serem conhecidos pelo espírito encarnado na Terra. Além disso, dos sentidos que conhecemos, os dos habitantes de Saturno seriam muito aperfeiçoados em relação aos nossos. Seu avanço tecnológico, superior ao dos terráqueos, sendo hábeis conhecedores das leis que regem o sistema solar. Livres de guerras e das paixões que nos caracterizam o modo de ser, comungariam de sentimentos mais superiores. Lembrariam, de alguma forma, os habitantes de Júpiter [16].

Outro relato digno de menção é o feito por Maria João de Deus, na obra “Cartas de uma Morta”. Em curioso relato, a mãe de Chico relata pisar em um solo semelhante ao gelo. Divisando uma pequena esfera que emanava tímida luz azul, ficou sabendo tratar-se do Sol, cujos raios solares aqueciam menos que os da Terra. Entretanto, essa luz por tudo se espalhava, atribuindo à paisagem tonalidades azuláceas e rosadas. Maria João de Deus teria contemplado algumas habitações, belas, envolvidas por decorações feitas com substâncias que mudavam de cor ao refletirem a luz solar, em espetáculo de beleza. A claridade azulada supracitada, perene e delicada, seria conservada pelos satélites de Saturno, que refletiriam a luz, contribuindo para a multiplicação das raios de calor desse orbe. Uma vegetação interessante e diferente apresentaria, no lugar do verde, tonalidade azul predominante, não obstante os matizes variadíssimos de suas perfumadas flores. Seres de descrição singular, adjetivados como bizarros e extremamente feios para os padrões de beleza da mãe de Chico, volitariam no ar, utilizando suas asas. O mentor de Maria explicou tratar-se, para sua surpresa, de seres grandemente sábios, inteligentes e sensíveis, cujo foco existencial seria o engrandecimento de suas qualidades intelectuais. Tendo dominado os elementos da natureza e suas leis regentes, teriam transformado Saturno em um mundo de preparação para almas que anseiam atingir as culminâncias da perfeição. Não apresentariam vícios ou maus costumes. Sua alimentação é frugal e sóbria de quaisquer elementos de origem animal. Estando muito distantes das ambições que presenciamos entre os homens da Terra, seus sistemas políticos seriam aperfeiçoados e elevados.

Unidos nos círculos familiares, reunidos sob a égide da lei de afinidade, os saturninos seriam, ainda, dotados todos de mediunidade, com a qual entreteceriam comunicação com nossos irmãos de outras comunidades planetárias. Hábeis na manipulação fluídica, teriam dominado a manipulação da eletricidade e da mecânica, além de conhecerem os acontecimentos dos demais orbes do sistema solar. Tendo vencido a dualidade ciência-fé, encontraram Deus na ciência, assim como vivem em regime de justiça e verdade em Deus. Sua religiosidade pode ser percebida pelos “templos de sabedoria” descritos pela mãe do médium mineiro. Sua medicina, avançadíssima, teria superado doenças que classificaríamos como incuráveis; o próprio entendimento de morte e o sentimento inerente a esse fato são diferentes: não apresentariam o peso que lhe atribuímos. Não são perfeitos, contudo! Falíveis são essas almas, mas vivendo em uma experiência de ventura consideravelmente superior às misérias humanas.

Outro relato interessante é o referente ao que Maria João de Deus julgou serem nuvens, a princípio. Entretanto, seu mentor explicou serem aquelas massas multicores maquinários colossais, apropriados às assembleias de estudo e culto às artes, como a música e a poesia, às quais se vinculavam os saturninos, ávidos por engrandecimento intelectual. A última narrativa da mãe de Chico apresenta-nos uma visão maravilhosa de um mar rosado, bem como de seus lagos e de fontes lindíssimas, destacando ainda a visão deslumbrante de distinto palácio, erigido sobre um monte. Nesse ínterim, o fim da viagem interplanetária é coroada com uma bela descrição do intercâmbio entre o mundo dos saturninos e o mundo espiritual [10].

 

Urano, Netuno e Plutão

A única menção que temos sobre Urano consta na Revista Espírita de 1858, em artigo de Kardec, que afirma que este planeta seria mais avançado que a Terra, na classificação a que nos referimos anteriormente [16]. No mais, desconhecemos relatos descritivos confiáveis sobre esses mundos, seus habitantes e o nível e desenvolvimento moral que já atingiram.

 

Capela e outros mundos

Auriga, conhecida pelo nome de Cocheiro, é uma constelação do hemisfério norte. Capela é a mais brilhante de suas estrelas, ou seja, é um sol! Na verdade, descobriu-se que são duas grandes estrelas, girando uma ao redor da outra. Os capelinos, conforme escutamos vez que outra em palestras e aulas, seriam os habitantes dos mundos dessa constelação, os que orbitam ao seu redor.

Quase todos mundos da constelação do Cocheiro, segundo Emmanuel, já teriam superado importantes etapas de purificação física e moral, em comparação com a Terra. Esse processo teria acontecido há milênios. Mas como os processos evolutivos são personalíssimos e dependem do empenho individual, milhões de almas optaram pelos caminhos do mal, destoando do clima geral de fraternidade e amor que estava a se instalar nesse sistema. Deliberaram as inteligências amorosas dirigentes dos destinos planetários que esses irmãos, então, por não atenderem mais aos impositivos desse importante ciclo evolutivo, fossem degredados a mundos com características mais primitivas, amparando, por sua vez, os seus seres nativos, em sua simplicidade e ignorância. Esses espíritos foram acolhidos pelo amor de Jesus Cristo, reencarnando na Terra. Daí compreendemos as enormes discrepâncias nos avanços tecnológicos de alguns povos, já com organizações superiores, ao passo que outros engatinhavam nos primeiros degraus da evolução, ao longo da história da humanidade. Daí também a origem da ideia dos seres decaídos, cuja saudade do paraíso perdido seria uma ignota lembrança dos afetos e das belezas que deixaram para trás, nos mundos de Capela, consequência lógica de suas próprias escolhas pessoais e de sua resistência em progredir [6].

Essas raças de seres degredados e já avançados na inteligência – apesar de ainda atrasados em moralidade, nos padrões dos mundos capelinos – formaram, então, as raças adâmicas: Adão então não seria um homem só, mas uma raça de degredados, conforme Kardec aponta em “A Gênese”:

“De acordo com o ensino dos espíritos, foi uma dessas grandes imigrações, ou, se quiserem, uma dessas colônias de espíritos, vinda de outra esfera, que deu origem à raça simbolizada na pessoa de Adão e, por essa razão mesma, chamada raça adâmica. Quando ela aqui chegou, a Terra já estava povoada desde tempos imemoriais, como a América, quando aí chegaram os europeus. Mais adiantada do que as que a tinham precedido neste planeta, a raça adâmica é, com efeito, a mais inteligente, a que impele ao progresso todas as outras.” [11]

Um questionamento natural é: os capelinos já retornaram às suas pátrias espirituais, depois de tanto tempo? Essa resposta veio por Emmanuel, que afirmou que um grande percentual reconquistou o acesso a esses paraísos perdidos, após muitos séculos de dores expiatórias que lhes lavaram a consciência. Entretanto, o mentor de Chico afirma estarem muitos aqui ainda, carregando grande cota de dívidas a saldar em virtude de suas realizações desafinadas com o bem [6].

Finalmente, no tocante a informações espirituais sobre outros orbes, as identificamos espalhadas em obras variadas, como o encantador mundo azul descrito em “A Sombra e a Luz”, de Zilda Gama – uma morada de espíritos de condição superior, colorida com tonalidade turquesa fosforescente, cuja descrição é lindíssima [9] – ou o belo mundo de três sóis, moradas de seres iluminados e bastante aperfeiçoados, apresentado por Maria João de Deus, informações que reiteram sempre a utilidade e a inteligência de Deus, imanentes em toda a criação [10].

 

Conclusões

Concluímos essa não tão breve viagem extraterrestre reiterando que o essencial é o fortalecimento, em nossos corações, de nossa vontade e comprometimento em fazermos da Terra um mundo melhor, a começar por nós mesmos. Essa a finalidade precípua desse estudo: ir além do encantamento puro, em direção à edificante e nobre viagem do crescimento moral, única forma de alçar a Terra aos cumes do progresso, da ventura e da felicidade, conquista que nosso amado planeta celebrará com nossos irmãos mais velhos, no concerto universal dos mundos, com a graça do Cristo Jesus.

Referências

  1. Campos, Humberto de (espírito); Xavier, Francisco Cândido (psicografado por). Crônicas de Além-Túmulo. Rio de Janeiro: FEB. Capítulo 24: A paz e a Verdade.
  2. . Novas Mensagens. Rio de Janeiro: FEB. Capítulo 7: Marte.
  3. Emmanuel (espírito); Xavier, Francisco Cândido (psicografado por). Emmanuel. Rio de Janeiro: FEB. Prefácio: A Tarefa dos Guias Espirituais.
  4. . O Consolador. Rio de Janeiro: FEB. Perguntas 73 e 205.
  5. . Roteiro. Rio de Janeiro: FEB. Capítulo 9.
  6. . A Caminho da Luz. Rio de Janeiro: FEB. Capítulos 1 e 3.
  7. Gomes, Abel (Espírito). In: Espíritos Diversos (espírito) Xavier, Francisco Cândido (psicografado por). Falando à Terra. Rio de Janeiro: FEB. Capítulo 11: Notícias.
  8. Gomes, Saulo (org.). Pinga-fogo com Chico Xavier. São Paulo: InterVidas. Pág. 45, 97, 158.
  9. Hugo, Victor (espírito). Gama, Zilda (psicografado por). Na Sombra e na Luz. Rio de Janeiro: FEB. Livro II, Cap. V.
  10. João de Deus, Maria. (espírito); Xavier, Francisco Cândido (psicografado por). Cartas de uma Morta. Rio de Janeiro: FEB. Capítulo 6, 14 e 16.
  11. Kardec, Allan. A Gênese. Trad. Guillon Ribeiro. Brasília: FEB. Capítulo XI, Raça Adâmica.
  12. . O Evangelho Segundo o Espiritismo. Trad. Guillon Ribeiro. Brasília: FEB. Capítulo III, itens 2, 4, 6, 8, 9, 10, 11, 13, 14; Capítulo IV, item 24; Capítulo VII, item 2.
  13. . O Livro dos Espíritos. Trad. Guillon Ribeiro. Brasília: FEB. Perguntas 55, 58, 172, 173, 173b), 174, 176a), 177a), 178, 179, 181, 185, 188 (comentário de Kardec), 226, 234, 234a) 235, 236, 236a)-e) e 737.
  14. . O Livro dos Médiuns. Trad. Guillon Ribeiro. Brasília: FEB. 2ª Parte, Capítulo XX: 230, e XXVI: 296.
  15. . Obras Póstumas. Trad. Guillon Ribeiro. Brasília: FEB. 2ª Parte, Regeneração da Humanidade.
  16. . Revista Espírita. Rio de Janeiro: FEB. Ano I (1858), Março, Abril, Maio e Agosto; Ano II (1859), Junho, Setembro ; Ano III (1860), Agosto e Outubro; Ano IV (1861), Fevereiro; Ano V (1862), Agosto; Ano XII (1869), Julho.
  17. Luiz, André (espírito); Xavier, Francisco Cândido; Vieira, Waldo (psicografado por). Evolução em Dois Mundos. Rio de Janeiro: FEB. 1ª Parte, Capítulo 20.
  18. Menezes, Bezerra de (espírito); Franco, Divaldo Pereira de (psicografado por). Mensagem psicofônica transmitida em 13.11.10, Los Ângeles. Disponível em: http://www.oespiritismo.com.br/mensagens/ver.php?id1=665
  19. Miranda, Manoel Philomeno de (espírito); Franco, Divaldo Pereira de (psicografado por). Transição Planetária. Salvador: LEAL.
  20. Nobre, Marlene Rossi Severino (org.). Lições de Sabedoria: Chico Xavier nos 23 Anos da Folha Espírita. São Paulo: Editora Jornalística Fé, 1997. 21ª Parte

 

[1] As estimativas para a existência de planetas com características similares a Terra é grande. A ciência tem reconhecido, inclusive, a possibilidade de planetas “super-habitáveis” – com condições ainda melhores para a vida do que a Terra – pensando na vida dentro de padrões mais próximos aos dos nossos habitantes. Um estudo publicado em setembro de 2020 relacionou uma lista com 24 planetas potencialmente super-habitáveis, dentre os mais de 4.000 exoplanetas conhecidos (Schulze-Makuch D, Heller R, Guinan E. In Search for a Planet Better than Earth: Top Contenders for a Superhabitable World. Astrobiology. 2020 Dec;20(12):1394-1404. doi: 10.1089/ast.2019.2161. Epub 2020 Sep 18. PMID: 32955925; PMCID: PMC7757576. Ver em https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32955925/

[2] Isso faz todo o sentido, posto que o progresso intelectual engendra o moral, condição que é prerrogativa básica do livre arbítrio e da consequente responsabilidade pelos próprios atos (LE 780,780a).

[3] Lucas 17:7-10

[4] De acordo com Victorien Sardou, “é justamente esse brilho magnético, entrevisto pelos visionários cristãos, que nossos pintores traduziram pelo nimbo ou auréola dos santos”.

[5] São Luís seria um dos habitantes de Júpiter nesse tipo de missão.

[6] Bernard Palissy retratou essas cenas em alguns de seus desenhos, como afirma na Revista Espírita de Agosto de 1858.

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